segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"- E assim acabou - disse. E viu que nos olhos dele se apagava o interesse pela história, enquanto outra coisa tomava seu lugar: algo pálido e indagador, como o reflexo de uma luz, o fez olhar, maravilhado, diretamente à sua frente. Voltando-se, ela percebeu que do outro lado da baía chegavam regularmente, por sobre as ondas, primeiro dois rápidos feixes de luz, e depois outro, longo e firme. Sem dúvida, era a luz do Farol, que tinha acendido.
Dali a um instante, ele lhe perguntaria: 'Nós iremos ao Farol?' E ela teria de responder: 'Não, amahã não. Seu pai disse que não." Felizmente, Mildred veio buscar as crianças, e o alvoroço os distraiu. Mas ele continuou a olhar pra trás, por cima do ombro, enquanto Mildred o levava. E a Sra.Ramsey tinha certeza de que o menino estava pensando: nós não iremos ao Farol amanha, e imaginou que ele se lembraria disso por toda a vida."

Rumo ao Farol, Virginia Woolf.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Nota

Estou tendo lepsos lingüísticos constantemente.

Do mundo e de suas palavras

O que mais tem estado na minha cabeça nas últimas três semanas tem sido o mundo como comunicação. Na verdade, esse pensamento já tem me consumido há alguns anos, mas, nos últimos tempos a que me referi, tem tomado um tom obscuro. A comunicação vista como um tipo-ideal weberiano é uma ilusão. O que existe são apenas entes isolados recheados de idiossincrasias cada vez mais idiossincráticas por dentro que não conseguem, e sequer percebem que não conseguem, estabelecer a comunicação com o mundo. Fato, alguns tentam e se iludem quanto a isso e lidam bem com isso. Ouros, carecem de certas propriedades expressivas ou simplesmente nem se sentem a vontade em relação ao ato de comunicar, e, dessa forma, acabam se curvando cada vez mais para dentro de si mesmos. A imagem de pequenas caixas dançando no escuro, em cadência de ballet e passes de xadrez.
E, como diz Calvino, o mais amargo de tudo que pu/odemos nos permitir pensar: fora daqui não há mais nada.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Do mundo e do tempo

Between the click of the light
and the start of the dream
No Cars Go, The Arcade Fire

Sempre me recorre à mente a idéia a respeito da beleza que o tempo, por si só, consegue imprimir aos fatos. Olhar para trás e ver tudo o que agora é passado, e perceber a história nisso tudo. Vejo uma certa grandiosidade, como num desfecho de um livro muito longo, com os quais sentimos envelhecer ao lado dos personagens.
Pessoas também se tornam personagens, acontecimentos também se tornam narrativas: mas a história da vida de alguém só se torna história - aos olhos de qualquer um, e, principalmente dela própria -, quando o tempo se faz sentir. E é exatamente no momento em que só conseguimos conseguir viver olhando para o que vem a frente e repensando o que passou, que sentimos isso. É a sensação, cada vez mais intensa, de percurso. Um percurso no tempo.
Tenho pensado muito a respeito de marcas nas vidas das pessoas. Marcas como acontecimentos que, em dado momento, conseguem agregar em uma só condição nova, tudo o que já foi vivido, e, ao mesmo tempo, condicionar todo o porvir. Não são simplesmente ritos de passagem, pois esses são apenas marcas do próprio percurso. As marcas às quais me refiro são marcas da própria história, se é que é possível tal dissociação. Grandes acontecimentos definitivos e que, muitas vezes, são expressões fortes nos planos de vida que cada um - e de forma alguma todos - constrói.
Sinto o tempo, ao dar conta de produzir a história unindo pessoa, percurso, planos e marcas como construindo, também, o próprio mundo, de uma maneira incrivelmente delicada. O mundo é feito de idéias - fatos, indivíduos, estruturas, ocasiões e forças; mas só o tempo consegue imprimir a isso tudo o tom. O tempo é o mais belo compositor do mundo.

No Cars Go não é por acaso. É impossível não ouvir a música sem deixar vir isso que há escrito aqui à mente. Talves as notas, semi-elevadas, um tom de abertura, grandiosidade, como ao fim de um longo livro...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Do mundo e suas amarras

It doesn't touch me at all
It doesn't touch me at all
Wendy Time, The Cure


De repente, vem a mente uma certa amargura mesclada com certo arrependimento pre factoum consumum, de apenas pensar, o que estou fazendo com a minha juventude? Tenho inveja - nada corrosiva - quando vejo essas pessoas livres, que conseguem se desprender de seus compromissos - as atas mais visíveis que unem pessoas ao mundo - e se jogarem no mundo de outras formas. Aproveitarem a libertade, que prezo tanto, de uma maneira corajosa. É a porra dessas amarras dos compromissos e planos que vamos assumindo, que vamos construindo, que acabam por obstruir quaisquer outras possibilidades, vislumbres, vontades que dispersem nossa energia do caminho que escolhemos. É a amarra que vira forca, enforcando-nos com a corda do arrependimento.

E o pior é pensar que, daqui a uns vinte anos, a serenidade nos atingirá e que talvez não sentiremos pesar algum por isso que desperdiçamos. Talvez isso aconteça.

Quero trancar minha faculdade, deixar de lado todos os meu projetos atuais, adormecer meu curriculum, comprar uma passagem para qualquer lugar do mundo e despertar perdido em qualquer canto, longe de todo mundo, sozinho, andando, correndo nesse mundo, fugindo disso tudo que oprime a possibilidade da coragem vir a ser o meu principal tipo-ideal.

Do mundo e de suas peripércias

Num café, o frio lá fora, a xícara de cappuccino italiano sobre a mesa, o cigarro aceso, as pessoas caladas, ao redor...

"É certo que o custo a pagar é alto, mas devemos acertá-lo: não podemos distingüir dentre tantos sinais que passam por esse caminho, cada um com seu significado que permanece escondido e indecifrável, porque fora daqui não há mais ninguém capaz de encontrar-nos e entender-nos."

É aquela vontade de se isolar do mundo, não muito recorrente nas pessoas, que me atrai. O mundo nem sempre é o mesmo, mas o mundo, apesar de não esperar nada de você, se impõe, e, se quiseres participar dele, que se adeqüe. Fácil pensar que ninguém tem essa obrigação, mas, reclamações advindas de um isolamento não são justificáveis. O mundo não espera você, você vira o mundo. O isolamento me soa bonito até hoje, mas a maturidade impositiva nos obriga a relativizarmos tal proposição, se queremos adequação ao mundo, em certa medida.


É árdua a tarefa de ficarmos atentos ao futuro que vem pela frente. De qualquer forma, para os obstinados(não-sortudos), não resta nada a fazer. Aqui ressalto, mais uma vez, a importância de um certo individualismo metodológico (não exatamente metodológico, apesar de se referir ao trato que damos ao mundo). Os mundo com o qual nos depararemos quando o futuro chegar é possivelmente mensurável de acordo com nossas escolhas de hoje, visto que nossas escolhas individuais influem diretamente na construção do nosso mundo futuro individual. Como já disse antes, o grande problema é que essas escolhas estão pulverizadas no ar e difícilmente são perceptíveis. E, para complicar ainda mais, as escolhas são interpermutáveis e possivelmente influíveis, umas nas outras, o que acaba por criar uma gigante rede que nada mais é do que o nosso próprio mundo.


Pessoas brilhantes não são apenas aquelas fantásticas e elíticas (em contraposição ao termo elitistas). São pessoas que consegue combinar empenho (que é uma pura mescla de eficiência e determinação) com talento(no sentido mais simples que a palavra possa adquirir). Isso tudo porque, como a brilhancia é um atributo que emerge do mundo, não é possível desvincula-la desse, no sentido de que não basta, para alguém brilhante, ser empenhado se o mundo não lhe atribui reconhecimento pelo talento (que pode se expressar pela genialidade, pela criatividade, pela destreza, e por mais incontáveis formas), da mesma for que não há reconhecimento aos que se isolam do mundo, os não-empenhados, mas mesmo assim se vêem (porque o auto-reconhecimento é tudo que lhes resta) como talentosos. O mundo é uma comunicação imperativa e hiperativa constante, o que resta aos que têm objetivos perante ele é tentar se fazerem o mais compreensível possível.


O mundo dá espaço para as pessoas que querem ser completamente da forma como seus indivíduos imperam - quero ser assim, sou assim e ponto final. O mundo dá espaço para essas pessoas: fora dele. No entanto, o mais interessante é pensar que, mesmo fora do mundo, indíviduos desse tipo acabam sendo afetados das mais diversas maneiras quanto há pelo mundo. Você pode tentar traçar um vetor eu>mundo, mas ele sempre volta. Co-constitutividade absoluta, e nem sempre equilibrada, pois os indivíduos nao tem a capacidade de se imporem perante o mundo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Poder Produtivo

Em Teoria das Relações Internacionais 2 estudamos vária novas concepções do poder no campo dos estudos internacionais. Um deles, o que eu mais gostei de pensar sobre, era o poder produtivo. Basicamente, focava-se em dois pilares pincipais: a linguagem (própria mente dita) e a sociabilidade (que também envolve linguagem, obviamente). É exatamente o poder produtivo que é percebido n a produção de discursos internacionais como, por exemplo, o rótulo "Eixo do Mal" cunhado pelos EUA após 11 de setembro para denominar os seus principais opositores: Irã, Cuba, Coréia do Norte e Síria. O sentido social do poder produtivo não é fácil de ser observado, e, devido à isso, tem ficado a margem de muitas análises. Em linhas gerais, a análise construtivista - princiapl corrente teórica que lida com esse tipo de poder - tenta explicar que as relações internacionais são sociais. Metaforicamente, poderiamos perceber, grosseiramente, os países como pessoas. Nesse âmbito, o poder produtivo é encontrado como a capacidade das relações sociais construírem o poder a partir da sua condição co-constitutiva. Enfim, basta de rel.

O que importa é que esse conceito sempre esteve na minha cabeça e, de um tempo pra cá, eu tenho observado ele "dentro de mim". Eu tenho reparado muito o tanto que eu me condiciono de acordo com os discursos que eu mesmo crio. E nem estou dizendo isso à respeito das minhas relações com outras pessoas ou outros grupos não, reparei isso mais em relação a mim mesmo. Coisas bem banais, mas que, ao final do dia fazem muita diferença. Tipo, hoje, voltando pra casa da UnB, me dei conta de um leve cansaço. Era realmente um cansaço leve, puramente físico, nada que um banho não restaurasse traqüilamente. No entando, minha mente se perdeu nessa idéia (óbviamente esse processo não me foi visível, só estou dando forma à ele agora). Eu desci ladeira abaixo pensando o quão casado estava. Chegando em casa, à hora de sentar e estudar, digo para mim mesmo, nossa, mas eu estou tão cansado hoje...E não consigo mais me livrar dessa teia que eu mesmo construí. Isso tem acontecido tanto comigo...

Fazendo as vezes de corretor

Então,

Quanto ao último post do blog do Beto, tenho algumas correções:

http://meioquedonada.blogspot.com/2008/11/digresso.html

Vamos lá,

1-Pinte, e não pimte. Segundo a norma culta da lingue portuguesa, não se usa m antes de qualquer consoante, a não ser se essa for um p ou um b.
2-Invente, e não imvemte. Ibidem.
3-Deixe, e não deiche. Conjugação no modo imperativo do verbo deixar, ou seja, o radical do mesmo é mantido.
4-Um erro de digitação(imagino): voc~e. A grafia correta e atenta aos dedos no teclado seria você, como bem sabemos.
5-Alto, e não auto. Adjetivo relativo à altura, e não à autura. Autista.
6-Ninguém, e não ninguén. Não existem palavras terminadas em n em português. A excessão de umas duas ou três que quase nunca são usadas.
7-Faça, e não fassa. Verbo irregular fazer, conjugado no modo imperativo.

Além dos erros desnecessários, gostei do conteúdo do post. Achei criativo. E válido.

Beijos,

Pi.

Poder

Do Blog do Cazarim,

"o mais legal de exercer poder é quando ninguém se dá conta e, principalmente, quando o exercício de poder é um luxo, e não uma necessidade. assim como o amor, assim como a vida."

http://cazarimdebeauvoir.blogspot.com/2008/11/ah-sim.html


Seria isso um exercício de poder?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Miei amici, per me che sono un tifoso della vita e del tempo

Ao som de Ok Ok, Violins.

Violins é, sem dúvida alguma, a banda que mais me traz à mente as primeiras semanas de convivência com meus melhores amigos, o grupo dos meus melhores amigos. À época, eram esses eram apenas uma mescla de recém-conhecidos-que-luminavam-espectativas. Hoje, são minha família.
Há algum tempo, deixei de ouvir Violins, principalmente os primeiros álbuns. Hans me derrete, Vendedor de Rins me dilacera, Glória me destrói, Ok Ok me consome, Camus me crucifica.
Acho que nunca havia comentado isso com eles, mas meu sentimento à época em que os conheci é algo deveras peculiar. Lembro bem de locais-situações: a aranha no parquinho do Martim e a minha mentira sobre a Igreja Universal, a festa de aniversário no Alphaville e o jogo da garrafa numa casa em construção, os recreios no WR e os aniversários nas sacadas, o sol do Vaca Brava brilhando na Cult com a capa d'Os Sonhadores, a MUEDA ao som de Muse. Difícil esquecer.
Engraçado pensar nisso hoje, como não poderia deixar de ser. E o comentário leviano que me levou à idéia de escrever esse post (que acabou se disvirtuando): eles representavam praticamente tudo o que eu queria àquela época. E, a forma como eu os via era extamente algo curioso: alternativos, dos que tem coragem de ir com um chapéu-coco para o colégio, pintar as pontas do cabelo de laranja. Um oasis naquele colégio so children-of-the-sugar-cane.
Cômico como minhas percepções podem ser ridículas e fofas depois de um tempo: a primeira vez que fomos no Matsuri - rodízio, por favor - pedi ao garçom uma coca lata e no segundo seguinte me preocupem acerca do que eles achariam disso, um playboy bebendo coca-cola, auge do imperialismo capitalista. Só me tranquilizei quando a Dora também pediu uma. Rsrsrs.
Agradeço todos os dias da minha vida por ter caído no 2º ano "C".

Sobre Bourdieu

Comentário meu no scrapbook do Beto:

"Então, esse treco aí embaixo é de um artigo do Luis Felipe. Os Meios de Comunicação e a Prática Política. Não se se já comentei com você, mas ele é fissurado na sociologia francesa contemporânea, principalmente em Bourdieu. E, cara, fiquei de cara (rsrs) com o artigo. Para analisar a relação entre mídia e política ele usa o conceito de campo, do tio Pierre. Caralho! É uma ferramenta analítica maravilhosa! Achei do caralho! Provê um framework para análise muito interessante! Adorei"


E, como não poderia faltar, puxando a brasa pro meu lado, rsrs:

" 'Se não há como reformar a TV, que é intrinsecamente nociva, nem, imagina-se, reduzir sua influência sobre o povo, a única solução seria diminuir (ainda mais) a influência popular sobre as decisões políticas, isolando a esfera decisória das influências vindas de baixo. Assim, Sartori se orienta na direção da redução da participação política, o que é coerente com a concepção de democracia que desenvolve em outros livros — uma concepção sensível à crítica platônica referente à incompetência das massas e que, rechaçando os ideais de autonomia cidadã, de igualdade e de alternância entre governantes e governados, enfatiza o papel seletivo do método eleitoral, reduzindo, enfim, a democracia à escolha dos “melhor preparados” para o exercício do poder.' "

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Às novas regras gramaticais

Casal numa mesa romântica. O homem estende a mão com um pequenino presentinho no meio da palma.
- Para de dar presentes para mim, meu bem.
- Para quem?
- Para você.
- Não, não é para você!
- Para!?
- Para você!
Ela levanta da mesa com cara de bosta, pega a bolsa e sai gritando do café. Mas, no caminho, ela quebra seu salto 15.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Neo-realistas Safados

Já decidi o título da minha dissertação de doutorado, que vai virar livro, rsrs.


Destroying Realism: Desmantaling a Lie

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Política na Balada

Remontamos a Foucault, a Giddens e, haha, até mesmo às loucas que queimaram soutiens um dia, para perceber que tudo é político. E, o que eu mais tenho feito nesses últimos dias é praticar a bela arte da análise do discurso. Nesse sentido, e aproveitando meu ânimo, trago aqui uma breve análise de toda a politicidade presente no pop atual.


Comecemos com Beyoncé. 
Como um bom neoliberal, eu a classificaria como perigosíssima. Vejamos os primeiros versos de um de seus primeiros sucessos, Irreplaceble:

To the left, to the left
To the left, to the left
To the left, to the left


Ora, fica explícito aqui a propaganda subliminar na qual a cantora declara seu apoio a formas de governos esquerdistas. E, ao repetir isso inúmeras vezes durante menos de quatro minutos, Beyoncé realiza uma lavagem cerebral vermelha em seus fãs. E, como se não bastasse, ela continua sua balada revolucionária:

To the left, to the left
Everything you own in the box to the left


Nesse trecho, é visível a idéia de desapropriação da propriedade privada, realizado pelo Estado dominado pelas forças do proletário. Tudo que te pertence, numa caixa, para a esquerda. E quem é a esquerda? Fica a dica.

A música atinge seu auge ao enveredar pela filosofia marxista da modernidade. Vejamos:

I will have another you by tomorrow
So don't you ever for a second get to thinking
Your irreplaceable


Explicita-se aqui a transformação do ser humano em mercadoria. Indivíduos se vendendo e se comprando, como bem reza Marx. Beyoncé, dona dos meios de produção, não se deixa enganar pelos homens, pequenas peças de todo um sistema de produção. Se algum não lhe interessa mais, ela o joga fora e o substitui. Fetichismo capitalista!

Como bem sabemos, o mundo da música espelha o dissenso acadêmico a respeito das posições políticas. Nesse sentido, Gwen Stefani adota uma postura normativa muito mais direitista do que sua colega Beyoncé. Basta citar o nome de um de seus maiores sucessos, The Sweet Escape, com seu principal verso, If I could scape, no qual a cantora faz uma referência direta ao tempo em que morou em Cuba.

Podemos partir para a análise dos versos da cantora mais fértil de todo o mundo pop atual. Britney Spears. 
É visível que em toda a sua discografia, Britney tem estabelecido um bom nível de diálogo a respeito de questões muito interessantes. Desde I'm a Slave for You (música na qual, inclusive, a cantora faz um ode ao escravismo neocolonial, se comparando a uma escrava) e Hit me Baby One More Time, observamos tendências submissas, e, inclusive deveras machistas nas letras de Britney, que afirma gostar de se submeter a poder fálico. Vale ressaltar, que a crítica ficou desconcertada com o lançamento de Womanizer, mês passado, no sentido de que considerou tal mudança de postura política um amadurecimento do pensamento de Spears que, de vez, parece ter adotado preceitos feministas.
Peguemos agora o seu penúltimo álbum: Blackout, que é de fato um arcabouço riquíssimo do mais refinado pensamento político de Britney. Comecemos com Hot as Ice, música que combina uma elaborada letra com uma melodia belíssima de altos-e-baixos.

Cold as fire baby, hot as ice
If you've ever been to heaven, this is twice as nice
I'm cold as fire baby, hot as ice
If you've ever been to heaven, this is twice as nice


É perceptível aqui uma referência de Spears ao determinismo geográfico novecentista. A teoria que explciava o desenvolvimento de nações do norte versus as do sul, com base em critérios climáticos, parece ter muito influenciado a cantora. Nos versos acima, Britney, nascida na maior potência do século XX, um país do norte, de clima temperado, compara seu lugar de origem ao de uma outra pessoa, a qual ela convida a conhecer seu país, dizendo ser lá duas vezes mais legal.

Já em Break the Ice, Britney se aventura por outras praças. Aqui é fato uma apologia subliminar ao movimento da Glassnost russa, ao fim da Guerra Fria. Tal movimento encarnou o espírito da abertura cultural, política e econômica da ex-URSS. Spears parece ter muito a dizer a respeito de tal processo.

Ainda em Blackout, Britney retoma uma linha que havia abandonado desde I'm not a Girl Not Yet a Woman, em Piece of Me. Em ambas as músicas percebemos uma forte influência pós-moderna em suas letras. Na primeira, Spears se sente pressionada ao ter que se enquadrar em padrões (garota ou mulher?) impostos pela sociedade moderna. Já em Piece of Me, seguindo a mesma tendência de forma brilhante, Spears faz uma referência à fragmentação do homem que, diante do auge do cientificismo, da modernidade e do racionalismo reinante, parece se perder em meio a tantos rótulos.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Conselho de Conselheiro

Competitividade? Vou usar ao meu favor.
Que se foda: vou passar nessa porra.

Faz exatamente Três Anos

E, agora, mais intensa e verdadeiramente do que nunca, sinto muito medo. Muito medo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre estagiários

Tiê diz:
LIPE LIPE LIPE LIPE !
Pi diz:
ah
ah
ah
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tiê diz:
LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIPE !
ai, haoijgoimbidrboengowrbp
Pi diz:
kkkkkkkkkkkk
no ipea
Tiê diz:
na minha própria sala ! 
*La Usurpadora*
Pi diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tiê diz:
deixa eu ir embora pq vai cair um toró
senão fico ilhado aqui no ipea

Incrível perceber como o dia mais diplomático da minha vida se transformou um uma noite de litígios e exaltações descontroladas e não-pensadas. Incrível.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Minha frase preferida

Em resposta ao último post, minha frase preferida nos últimos tempos:


"Vamu mobilizá as pessoas, cara! Vamu mobilizá as pessoas!"

Mercado Liberal-democrático

Muito já se tem discutido acerca do domínio capitalista sobre o mercado. especificamente sobre o mercado cultural. Nos últimos dias tenho pensado bastante sobre - tanto por leituras que me põem e discutir, quanto por incentivos de pessoas próximas com posicionamentos muito divergentes dos meus (já disse pra mim mesmo que não serei amigo de marxistas, porra!).


Veio-me a mente uma idéia que julguei a priori interessante. Ver o mercado não apenas como liberal, mas também extremamente democrático - no sentido mais númerico que tal palavra possa adquirir. Agora vejo com muita clareza a assertiva "o mercado dá o que querem"
Lembrei-me da sacada genial que o SBT teve em "produzir" a continuidade para o programa Astros, mesmo sem os direitos da franquia - adquirida pela Record. Em linhas gerais, eles elaboraram um novo programa, que passou a se chamar Astros após uma votação dos telespectadores, que é descaradamente uma cópia do original. Mas não fica só nisso. É perceptível o quanto eles se preocuparam para fazer com que o novo programa sintetisasse apenas o melhor do original. 
Todos sabemos que o melhor dos programas de calouros musicas, em suas inúmeras vesões, são os piores calouros - os que pior cantam, os mais cômicos ou os mais loucos que tenham a coragem de lá aparecer. Ou seja, o novo formato do SBT deu o que se queria ver. 
Sei que isso parece boçal e repetitivo, mas o grande lance é essa faculdade do mercado de não ser apenas liberal -no sentido de livre e acessível - mas também democrático, pois atende os interesses sempre da maioria das pessoas. 
Quanto à legitimidade disso - em termos normativos - já é outra história. Realmente dá preguiça a falta de um bom circuito alternativo de cinema em Goiânia, de programas de qualidade na televisão brasileira e de inúmeras outras coisas que não girem em torno do lucro ou da satisfação da maioria do povo. Mas fazer o quê se fazemos parte da minoria?

Omar Rodriguez-Lopez e a Produtividade

Omar Rodriguez-Lopez é o principal integrante de The Mars Volta. Entenda "principal" como "pessoa que pensa e produz". Se The Mars Volta fosse The Pussycat Dolls, Omar seria Nicole, e todos os outros instrumentistas, aquelas putinhas loucas que ficam gemendo e rebolando atrás dela. Mais ou menos isso. 


[Exemplo pésimo. Até parece que Nicole pensa e produz algo]

Ou seja, se The Mars Volta fosse Calypso, Omar seia Joelma. Se fosse N'sync, Justin. Se fosse Destiny's Child, Beyoncé. Se fosse Sandy e Junior, Sandy. 

[Melhorou]

Fazendo uma pesquisinha sobre como ele tem andado, já que não me liga desde minha última ida à California, descobri que ele anda muito produtivo. Descobri que o último álbum dele que cheguei a ouvir, Se Dice Bufalo, No Bisonte, de 2007. Depois disse, ele ainda lançou mais dois álbuns no mesmo ano, e já mais outros dois em 2008. 

MEDO.

Seria Omar o novo Habermas? Seria talvez o novo Fasbinder?




Minha orientadora petulante me ensinou que referência bibliográfica é tudo na carreira da modelo em ascenção. Então, aí vai:
[Como se meus leitores não soubessem pesquisar nomes de bandas na Wikipedia...]

sábado, 27 de setembro de 2008

Repetindo

Em referência ao último post da Lyanna,


Por que cargas d’água anda todo mundo tão triste?

Em prosseguimento a...

isso:



Consegui sintetizar melhor minha concepção acerca dos Direitos Humanos. (odeio essa expressão, faço uso dela por mera convenção)

Ao contrário dos mais radicais defensores dos DH, não acho que esses sejam oriundos da natureza humana. Como disse no post antigo, essa discussão é ridícula; a expressão natureza humana é hilária. Nesse sentido, considero que, assim como os culturalistas ou até mesmo os radicais pós-modernos, os DH são manifestações de uma cultura a parte. Acontece que isso não é um argumento normativo que impeça a promoção dos mesmos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Acho que esse blog virou fachada. O que acontece nos bastidores é muito mais legal! Nem te conto!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Estou com uma mania INSUPORTÁVEL de ficar imaginando as vozes e as caras das pessoas ao escreverem legendas das fotos que colocam no Orkut. E é tão pejorativo! Rsrs

sábado, 6 de setembro de 2008

Tempo e Branco

A sensação que fica ao rever fotos de um passado mezzo distante é de que as coisas eram tão mais felizes. E a palavra é essa mesmo, felizes. Não é uma tentativa de pôr tudo abaixo, mas sim uma constatação. Não sei se pelas dificuldades sempre incorrentes da vida, se pelas frustrações, pelas peças que vão - aos poucos - se destacando de cada um de nós - e de todos ao mesmo tempo. Sei que os sorrisos de antes me pareciam mais sorrisos, e, hoje, as fotos esbranquiçadas são, mesmo assim e exatamente por isso, as que mais doem.
Não sei se era pela levianidade daqueles tempos, se é que éramos mais levianos que hoje. A dureza às vezes parece nos ter atingido. Temos descrença com coisas com as quais antes éramos solícitos, temos personalidades duras já muito moldadas, temos caminhos de metas encaminhados que unem o que quisemos e o que seremos, lado a lado.
É, sim, o processo natural das coisas, mas isso não me faz esquecer da leveza, da graça de antes. Hoje, hoje eu vejo coisas por trás de olhos de fotos. Estamos nos tornando adultos.

http://www.orkut.com.br/AlbumZoom.aspx?uid=12038976100176994287&aid=1201517426&pid=1201626069916#pid=1201626069916

http://www.orkut.com.br/AlbumZoom.aspx?uid=12038976100176994287&pid=1201626133441&aid=1201517426#pid=1201626133441

http://www.orkut.com.br/AlbumZoom.aspx?uid=8287119525889452233&aid=1220334862&pid=1220360133721#pid=1220360133721

http://www.orkut.com.br/AlbumZoom.aspx?uid=12038976100176994287&pid=1201627797284&aid=1201517426#pid=1201627797284

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

"A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido."

Sérgio Buarque de Hollanda, em Raízes do Brasil.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Hoje me dei conta do tanto que me tornei pessimista nos últimos tempos.

Planos

1.Voltar a ler Shakespeare.
2.Melhorar minha performace quando contralto.
3.Recuperar-me financeiramente.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Speaking their names, they shake the flag
Waking the earth, it lifts and lags
We see a thousand rooms to rest
Helping us taste the bite of death
I know, I know my time has passed
I'm not so young, I'm not so fast
I tremble with the nervous thought
Of having been, at last, forgot

Sufjan Stevens, Come on Feel the Illinoise

"I wish I had an enemy just to have someone in mind to whom I could focus all my anger and all my willing of being a bad, bad person. Because that, in fact, is what I am."

Alan Peterson, The Night of All Ghosts

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

UnB? Pra quê?

Depois de 2 anos estudando REL descobri minha vocação assistindo Superpop.
Quero ser redator de revista de fofoca.
Inventar notícias sobre subcelebridades deve ser a melhor coisa do mundo.
Já tô até vendo.

Mulher melancia mostra a bunda em frente a Embaixada da Argentina em protesto contra o fracasso da Rodada Doha.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Para Lyanna (ou Como minha cabeça funciona às vezes, só às vezes)

Um amigo comentou comigo sobre um concurso de literatura. O 19º Concurso de Contos Paulo Leminski, da UNOESTE. Daqueles que eu morro de preguiça de participar. E, sim, também morro de medo de ficar em último lugar.

Entrei no site do tal concurso. A mérito de curiosidade, cliquei na seção Anteriores e dei uma olhada nos vencedores dos anos anteriores. O vencedor do ano passado foi um conto entitulado Batalha Pacífica.
Poderia haver título mais boçal? Imagino o autor acordando um belo dia e pensando "vou escrever um conto!", e, mais tarde, "noossa! Vou colocar um paradoxo no título!". Aproveito a oportunidade para esclarecer o meu ódio a falta de sensibilidade em literatura. Puta merda, tipo, se toca, esse título é ridículo! O uso de paradoxos em títulos, para criar uma metáfora riquíssima e blablabla, passou de sacada genial para moda e para cliché primário e depois para cliché absoluto em exatamente quatro segundos após a primeira pessoa ter tido essa idéia! Nem mesmo Nora Roberts ou Danielle Steel fazem isso mais!


Vou participar do concurso. Já comecei a escrever um novo conto. É uma história de amor, como sempre. Ainda estou decidindo o título. Estou em dúvida entre "Amores Odiosos" ou "Vida Mortal". Me ajudem.

No site do concurso ainda há uma lista dos vencedores das Menções de Honrosas. Adivinhem como se chama o primeiro deles? Dica: a autora é uma professora de uma faculdade de letras. O título de seu maravilhoso conto que levou menção honrosa desbancando seus bravos concorrentes foi O Poder do Livro.
Imagino que ela deve publicar uma série de contos seguindo essa linha mias política mesmo. Os outros títulos seriam O Poder do Amor, O Poder da Paz, O Poder do Bem, O Poder da Vida... Riquíssimo.

Me poupe de tanta professoras prezárias - conceito meu e da Lyanna - que fazem letras metidas a politicamente corretas. É sempre a mesma coisa: mulher em torno dos 23, 24 anos, sempre de estatura mediana, que costuma usar calça jeans e tênis branco, óculos, cabelos presos e adora Cecília Meirelles e Vinícus de Moraes. Me poupe. E nem vem reclamar que eu estou falando sem propriedade ou conhecimento de causa. A Lyanna é minha fonte de informações pela qual extraio minha base empírica sobre os assuntos do "pessoal de letras".
Não bastasse isso, fui - realmente - pesquisar no google who the hell era essa mulher. E, voilà! Encontrei inúmeros títulos que ela já publicou! Os nomes das principais obras primas:
Ritual dos Anjos e Mensagens das Flores!

ps.: o nono lugar a receber menção honrosa foi um conto cujo título era Cemitério - O início de uma nova vida. eu espero que seja puramente espírita, por que se não for, o autor também é daqueles que aposta num paradoxozinho légau no título pra enfeitar!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Oráculos

Em tempos de desespero, resolvi recorrer aos oráculos. De primeira, fiz uma pergunta sobre carreira. Os mais próximos conseguirão facilmente formular mentalmente as palavras que usei na pergunta.

A resposta.


O DEZ DE COPAS
A carta em pé: Cidade
A carta anuncia a possibilidade do recebimento de uma ajuda ou presente significativos, que lhe proporcionarão superar um momento de fadiga. Mas, valorize a sua casa e o seu ambiente de trabalho, pois nesses lugares você colherá os frutos que espera. Se atuar com retidão, você merecerá o apreço dos que estão ao seu redor e não enfrentará fofocas.

O ÁS DE OUROS
A carta invertida: Raridade
Este arcano lhe anuncia muita riqueza e conforto provenientes de economias e negócios acertados. Pode fazer referência ainda ao seu talento ou ganhos relacionados com obras de artes, antiguidades, mineração joalheria etc. Uma correspondência poderá lhe trazer uma notícia inesperada e muito favorável.

O SETE DE ESPADAS
A carta em pé: Esperança
A presença de outras cartas positivas em jogo pode advertir que as suas esperanças serão, por fim, concretizadas. Para isso, você deverá empenhar-se ao máximo naquilo que deseja: a vitória apenas virá como resultado de seus esforços e determinação.


Que puta medo do futuro. Puta medo!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Fins-de-semana

Eu adoro o prefixo ex.

Que pena!

Eu tinha tudo pra dar certo...

Bonito, inteligente, maaaaas...

Hahahaha!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ser de câncer nunca foi tão minha cara.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Picotes do passado

Revirando as tralhas que insisto em guardar no fundo do meu computador, encontrei uma pasta antiga que reunia logs de conversas importantes. Após relê-los e me divertir muito com a leitura, decidi postar trechos intrigantes de algumas conversas aqui. Descobri que, quando não se lembra nem o assunto nem se sabe o interlocutor, as conversas ficam muito mais interessantes. Detalhe: todos os trechos envolvem pessoas diretamente presentes na minha vida.

27 de setembro de 2007

pi diz: SÃO QUATRO DA TARDE! ISSO É HORA DE ESTAR BEBADA? SUA LOUCA!
x diz: kkkkkkkkkkkkkkkk
piiiiiiiiiiiiiiiiiiiinga!
e brigadeiro!
e filme triste!
e todo mundo na fossa!

23 de fevereiro de 2007

felipe diz: vc ta falando serio? nossa...
x diz: a gente ta normal... quansdo a geente se encontra, é normal... a gente faz o q quiser... e qnd ta longe faz o q quiser tb...

14 de janeiro de 2007

x diz: mas sabe q sente/sentiu uma coisa na barriga escrota e tals e uma vontade d ficar perto?
felipe diz: o que eu sei muito bem o que é...
x diz: eu acho q deve ser isso q ele sente. mas dá outro nome pra isso.

22 de abril de 2007

felipe diz: puríssimo!!! logo, eu vou pro meio das coxas.
x diz: essa era a intenção, querido. fazer nas coxas. kkkkkkkkkk

04 de setembro de 2007

x diz:
TÁ? gracinha. hehehehee, não precisa contar q eu vomito na pia do beto, eu deixei ela limpinha depois! Taquei até um negocio q tem o cheiro bom..
felipe diz: ok, pode deixar, não conto não. rsrs.

26 de abril de 2007

x diz: meu corpo inteiro formigava...parecia q minha pressao tava caindo sem parar!
felipe diz: haha, eu vi mesmo!

Piriquetando no Itamaraty 2

.
Minha nova chefe fuma.






Não, não. Nada demais. É só uma informação aleatória mesmo. Rsrs.

Melhor ficar calado

- Nossa, Cacito, que capas feias as desses livros, não?
- Nossa, horrorosas!
- Olha esse aqui! Além de ter uma capa horrível, que parece de um livro de sebo, tem um título péssimo. Vigiar e Punir! Haha, que besta!
- Haha, é mesmo. E who the hell é esse tal de /Máikel Fôulcált/?


- Nossa, Cacito, essa livraria tem uns livros ótimos!
- Não é mesmo?
- Olha aquele alí, que beleza, sobre Botânica.
- Fisiologia Vegetal do Cerrado Brasileiro?
- Não, esse não. O na frente dele, o de capa azul, Raízes do Brasil.
- Hm, interessante. [pega o livro nas mãos] Olha só, não sabia que o Chico tinha um irmão botânico!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Piriguetando no Itamaraty

Pra lá e pra cá, pra lá e pra cá...

Ensinando Teoria das Relações Internacionais

A pedido dos meus amigos, comecei a ensiná-los um pouco do que se vê em Teoria das Relações Internacionais (adelante, TRI). Para tanto, tomei fatos do cotidiano, como sempre faço - e acho válido - para exemplificar proposições teóricas. (Vale ressaltar que esse exercício reviveu em mim a minha velha vontade de desenvolver uma pesquisa na área aplicando a teoria do comportamento dos Estados à pessoas, propondo uma Psicologia Política. Hoje, sinceramente, acho esse projeto um absurdo ou algo próximo disso, por mais que soe possível e interessante).

Aula 1 - Diferenças ontológicas entre a corrente Neorealista e Construtivista

Situação: Meu grupo de amigos vai à um bar em Goiânia. Muitas pessoas. Umas 18, eu diria. O empasse é que esse grupo estava fragmentado, ou seja, vários pacotinhos de pessoas (indo na onda da Lyanna) estavam dispersos pela cidade e não sabiam o bar ao qual iríamos tampouco o horário ou meio-de-transporte. Fato: alguém precisa organizar o encontro. O que ocorre? Beto centraliza a organização, o que faz com que ele tenha que atender e telefonar a cada 17 segundos, impedindo-me de discutir com ele em uma mesa do Café Franz's. Mobiles sucks.

O que um Neorealista diria? Primeiramente ele elencaria como fatores de poder elementos de natureza material, no caso, o celular e a conta ilimitada patrocinada pela Josias Corporations, que o Beto tem. Dessa forma, é visível que o Beto asumiu a posição de hegemon, encarregado de organizar a saída e decidir destinos, pois possuía os fatores de poder (material) necessários para tanto.

O que um Contrutivista diria? Ok, é óbvio que o Beto não teria assumido a posição de hegemon sem os recursos materias necessários para desempenhar essa função. Mas seria essa a explicação suficiente?
Por que, por exemplo, a Renata não centralizou as organizações para a saída daquela noite? Afinal, ela tem um celular muito mais moderno e com uma conta muito mais poderosa do que a do Beto. Ela tem até um carro melhor do que o do Beto!
É basicamente a esse tipo de pergunta que os realistas não conseguem dar uma resposta por partirem de uma ontologia muito limitada. O construtivismo põe no centro da mesa não os elementos materiais como fatores determinantes de poder, mas sim as idéias socialmente compartilhadas. Ou seja, o contato dos atores acaba por criar condicionantes de comportamento e culturas próprias que passam a reger as posturas dos mesmos.
Nesse sentido, o Beto centralizou a organização para a saída daquela noite não por que tinha ele um celular potente ou grana ilimitada para gastar com ligações, mas sim porque é ele que, por "tradição", sempre faz isso! Ok, fatores materiais importam, mas apenas imbuídos de significados. Ou seja, os atores já se adaptaram em depositar na pessoa do Beto a "responsabilidade" e função de organizador. Pensem como seria estranho a Aline, sentada numa mesa do Matsuri, com o celular na mão calculando quanto cada um deveria pagar e tudo mais. No no no.

Eu sou tudo aquilo que nunca consegui ser.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Experiência 1

Eis agora, no período de férias que me deixa com mais tempo livre do que posso suportar, uma série de experiências que resolvi empreender com/contra meus amigos. Com essas, tenho o intuito de repensar cada um deles a partir de uma situação proposta, que nada tem de técnicas de análise psicológica. Ao fim, percebi que essas experiências acabaram por mais me divertir do que para sucitar qualquer análise comportamental.

Passo 1:
Enviei scraps para um grupo de amigos, carinhosamente chamados de "Grupo Amostral", dizendo "Te odeio". Os resultados mais interessantes apresento aqui.


RATO 1 - TATIANE DOS SANTOS
A cobaia respondeu "Te quiero, puta". É evidente que isso demonstra a banalidade com que ela trata o amor e sentimentos profundos. Ademais, também é perceptivel o incrível tesão que ela sente por mim, que atinge pontos incontroláveis.


RATO 2 - ALBERTO CAZARIM
Indagou-me por MSN no dia seguinte:

Cazarim diz: quero entender o scrap.

Pi diz: haha, é bobagem.

Cazarim diz: que bobagem é essa que vem do nada?

Pi diz: vc consegue compreender bobagens que vem do nada?

Cazarim diz: nao compreendo AS bobagens, mas sim que elas existam. além do mais, o que é existir se as bobagens são apenas entes abstratos que nem sequer consideramos, e, por isso, chamamos de bobagens, não é mesmo? mas para falar a verdade, as bobagens remontam a uma certa fragilidade a qual não entendo. afinal, o que é o gesto da bobagem em seu ser completo?

Pi diz: legal. vou comprar uma coca. beijos!


RATO 3 - LYANNA FLORES

Respondeu por scrap (fumando um cigarro com olhar superior): "Pueril, você..."


RATO 4 - ALINE PEREIRA

Respondeu por scrap: "Seu bruxo! Também te odeio!"
Canceriana típica. Conheço vááárias vezes.


Próximo passo: comprar uma maquininha de dar choquinho para condicionar meus amigos segundo o meu próprio interesse.


[voz de assessorista de vôo] Os nomes contidos nesse post foram modificados para manter a privacidade de cada um deles.

domingo, 20 de julho de 2008

Posturas Éticas

Diplomacia aplicada às relações interpessoais. Como faz?

terça-feira, 8 de julho de 2008

O que eu mais quero agora é dar um jeito na minha vida.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Clash!

"On january 3, 1992, a meeting of Russian and American scholars took place in the auditotium of a government building in Moscow. Two weeks earlier the Soviet Union had ceased to exist and the Russian Federation had becom an independent country. As a result, the statue of Lenin which previously graced the stage of the auditorium had disappeared and instead the flag of the Russian Federation was now displayed on the front wall. The only problem, one American observed, was that the flag had been hung upside down. After this was pointed out to the Russian hosts, they quickcly and quietly corrected the error during the first intermission."

The Clash of Civilizantions and The Remaking of World Order, Samuel P. Huntington.

sábado, 28 de junho de 2008

Eu sou

Construtivista, weberiano, habermasiano, rawlseliano, elitista, tecnocrático e neoliberal.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Depois de ler Wendt, agora eu acordo todos os dias deitado do lado oposto da cama.

domingo, 15 de junho de 2008

“Todos te esperam, eu sei que te esperam,
Eles sentem a sua falta porque
adoram você
Ah, te esperam, eu sei que que te esperam,
E outros sentem sua falta porque
odeiam você"

Nada sério, Violins.

sábado, 14 de junho de 2008

Choro!

Esqueci de dizer aqui que o meu dia dos namorados foi uma data extremamente triste, pelo simples fato de eu não estar namorando, obviamente. Fiquei em casa sozinho a noite toda, com a cara afundada num travesseiro chorando longamente.


Até parece

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A TV à tarde 2

É, escrevi o último post há dois segundo e voltei à TV e eis que me deparo com mais um magnífico exemplo de como a RedeTV! é um canal divertidíssimo.

Dessa vez, seguindo a ola lançamentos-de-revistas-de-ensaios-sensuais, estava na tela a Sobrinha da Grecthen, Caroline Miranda. O repórter, na falta de perguntas variadas à garota, e por medo de perguntar algo que ela não entenda, resolveu quationá-la sobre algo muito inesperado: o fato dela ser sobrinha da Rainha do Bumbum.
-Nossa, genética total, né? De geração em geração, né?
A infeliz, responde:
-Pois é! Sabe, minha tia queria passar o título de Rainha do Bumbum pra alguém da genética né de geração em geração, aí por isso ela escolheu passar pra alguém da família dela mesmo.

Claro, até porque, hoje em dia, com essa história de clones, celulas tronco, inseminação artificial, globalização e internet, a Gretchen tinha inúmeras opções de passar sua genética de geração em geração para alguém que não fosse da família. O mundo anda tão moderno hoje em dia.

Véi, a tal da Carol é gostosa pra caralho!

A TV à tarde

Mesmo esquema, Pi sem nada pra fazer, acaba caindo no sofá e ligando a TV. Boa notícia: agora que mamãe assinou NET, eu tenho um canal fantástivo, que sempre, desde criancinha, quis ter. A RedeTV!.
O programa da Sônia Abrão mostrava uma matéria do lançamento da Playboy da Mulher Melancia. Uma delícia. O lançamento ocorria em São Paulo em uma feira de carros cheia-cheia-cheia de cromossomos Y, como diria a Lyanna. Enfim, evento mais masculino, impossível.
Como não podia ficar calada apenas rebolando, a idiota soltou, ao ser entrevistada pelo repórter:
-Nóóóssxa, eu tôa inpressioanada! Porque, tipo assim, é uma feira de carrosh e eu nunca imaginei que as pessoas se interessariam pelo lançamento da minha Playboy, porque elash vem pra cá pra ver carrosh, néa?

Depois dessa vou até comprar a Playboy dela.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Típico dele!

Vicente diz:
ai, presumível
vc é tds os "'ivel" f'elipe
previsivel, presumivel, etc e tal


felipe diz:
hha
e vc é só um ível: horrível.

domingo, 8 de junho de 2008

Sempre assim

O Pi? Ah, o Pi gosta é de problema.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tempo e Escolhas

É, a vida realmente é feita de escolhas. Mas ela é tão filha-da-puta que se deu o trabalho de picotar cada uma dessas escolhazinhas e pulverizá-las sobre o tempo de forma que não conseguimos indentificá-las muito menos organizá-las nem sequer saber que são escolhas amontoadas que determinarão, incondicionalmente o que vem pela frente. Filha-da-puta!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ele é alto demais para isso!

Hoje preguei na parede em frente à mesa na qual estudo, no meu quarto, um papel escrito Tempo.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Pronto, falei!

Cansei do layout antigo. Aquela porra não tinha nada a ver comigo. Pronto, falei.

domingo, 11 de maio de 2008

Youtube?

Enquanto não me convidam para ser um jurado do Festival de Cannes...

Na categoria Animais:
http://www.youtube.com/watch?v=a1Y73sPHKxw&feature=related
(Assistir esse me rendeu uma cadeira de computador quebrada.)

http://www.youtube.com/watch?v=hkqqMPPg2VI
(Sim, eu realmente tenho medo desse video.)

Na categoria Montagens Perfeitas:
http://www.youtube.com/watch?v=g1Ci9wMpq10
(Adoro a eterna estética anos 80 japonesa., me lembrou muito meu tempo de Changeman.)

Na categoria Atuações Imperfeitas:
http://www.youtube.com/watch?v=U7-duHIiRoo
("Nada-maiz-me-leâmmbru...")

Na categoria Jogação:
http://www.youtube.com/watch?v=tAbXi9xpY-8

Na categoria Musical:
http://www.youtube.com/watch?v=UYK9rHSDOaw

Per che ballare sul la pista si se può ballare nel palco?

Volere essere brillante, però non riuscire. Giammai riuscire.

Futuro

Disseram-me que não terá como fugir disso, que será dificil mesmo e que eu vou sofrer mesmo, que é inescapável. E de repente essa informação fez esse sofrimento premeditado ficar mais sutil, mais leve, mais fácil.

Problemas

O que existem são as pessoas e os erros fundameitais das mesmas. Essas são reflexos daqueles. Os erros fundamentais não mudam nunca. O que mudam são as pessoas.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Medo

Sabe, às vezes, sair de casa às quatro da tarde debaixo de um Sol imenso só pra assistir uma aula vale a pena. Aula de Teoria das Relações Internacionais 2. Professora, uma japa grávida, ambientalista, construtivista, feminista. Assunto: Green Politics, a Teoria Ambientalista Radical em REL.
Todos sabem como japoneses são, ou melhor, pelo menos os caricatos, enfim, riem muito e toda hora, a ponto de terem o discuso todo recortado por risadas incontroláveis. Ela não foge à regra. Ela começou a contar:

"Hehe, então, alunos, hehe, ano passado, hehe, a Newsweek publicou uma reportagem, hehe, falando que o aquecimento global nem vai ser tão ruim assim, hehe, ela disse que o máximo que vai acontecer são as estações de esqui virarem maravilhosos resorts tropicais, hehe, e que os países mais ao norte, como a Rússia, Canadá e os Nórdicos, vão ser muito favorecidos, hehe, pelo aquecimento, e poderão plantar bananas e terem coqueiros para enfeitar suas novas praias de água morna, hehe, e, alem disso, ela disse que ia ser muito bom porque o mundo, hehe, sempre quis uma rota marítma pelo Ártico, o que será, hehe, totalmente possível com o aquecimento de alguns grauzinhos, hehe. Aí, a revista colocou também um mapinha, hehe, é, um mapinha, hehe, do mundo, que tinha a América do Sul e a África pintados, hehe, pintados totalmente de vermelho e disse "Ah, não, o máximo que pode acontecer é esses zonas aqui serem totalmente devastadas e desertificadas, mas o resto dos impactos serão, com certeza, totalemtne benéficos e, hehe, absorvidos pelo mercado, hehe!"

Sem comentários. Quando achar o link da notícia publico aqui.


(Mentira, publico nada! Quero ter controle sobre inventar o que a Newsweek disse ou não-disse!)

sábado, 3 de maio de 2008

Passo Zero: insight

Estava eu lendo um texto horroroso de teoria geral do direito público no meu quarto em uma noite clara (???) de domingo. Cansei, pela décima nona vez, da leitura enfadonha, e dirigi meu olhar para a parede. Braaaaaanca, páááálida, liiiiisa... Que linda essa parede!
Então, como um átimo: HÃN! JÁ SEI! VOU ABRIR UMA EMPRESA! Por que nunca pensei nisso antes??? Me livro de todos esses textos da porra e viro empreendedor!

Passo 1: delimitando o ramo.

Preciso de pensar em um produto que não tenha concorrência, um produto único... Hum... O que será?...Ha-há! Vou abrir uma empresa de Carne para Vegetarianos!!!

Passo 2: estruturação da proposta.

Simples. A partir da hipótese de que a maioria dos vegetarianos o são pelo fato de que não querer contribuir para o sofrimento dos animaizinhos (ou animalzões, já que vacas pesam mais de quinhentos quilos), vamos tratar de produzir carne sem sofrimento para os bichinhos, dessa forma, os vegetas vão poder comer à vontade! =D
Já estou até vendo! Um comercial liiiiindo, cheio de cores, sorrisos e amores (rimou!) na tv mostrando as instalações do nosso "abatedouro", que se chamará "Caminho da Felicidade", com veterinários jovens, bonitos e alegres que cuidam dos animais. No comercial, mostraremos o nosso método de produção: como o objetivo é produzir carne sem fazer os animais sofrerem, vamos "matá-los" com injeções sucessivas de Dopamina!!! Há! Assim eles vão ficar cada vez mais felizes, e, repentinamente, morrer de tão felizes, SEM SOFRIMENTO!

Passo 3: contensão de gastos.

Tendo em vista que ainda sou um garoto pobre, e que dopamina é cara pra caralho, vamos matar os bichos na porrada mesmo que é a maneira mais barata.

Passo 4: teste de público.

Na minha turma há três vegetarianas. As três o são não por motivos transcendentais, mágicos ou espirituais, mas sim pelo simples fato de que elas não querer causar sofrimento nos animais apenas para satisfazer seu paladar. Vou entrevistar as três. As respostas, são óbvias!

Colega 1:
-Oi! Se, pooor acaaaso, uma empresa vendesse carne proveniente de um abatedouro que produz carne sem causar o menor sofrimento para os animas, você comeria???
-Sim, claro!

Colega 2:
-Oi! Se, pooor acaaaso, uma empresa vendesse carne proveniente de um abatedouro que produz carne sem causar o menor sofrimento para os animas, você comeria???
-Sim, claro!


Colega 3:
-Oi! Se, pooor acaaaso, uma empresa vendesse carne proveniente de um abatedouro que produz carne sem causar o menor sofrimento para os animas, você comeria???
-Sim, claro!


Passo 5: Voltar a ler a porra do texto de teoria geral do direito público.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pra sair do Tédio

Lyanna diz: em verdade em verdade vos digo. nunca existiu tédio maior, rs.
felipe diz: haha. entendo. tb tô morrendo de fazer nada aqui.
Lyanna diz: oO o Blog do Beto tá em cima do meu nos links do seu blog. mu-da-a-go-ra.
..
Dois minutos depois.
..
Lyanna diz: ainda tá igual.
felipe diz: lyanna, eu não quero mudar.daqui dois dias, eu ponho o seu acima de novo.
Lyanna diz: ow, me recuso. então tira o meu de lá. vc precisa de autorização. o meu tá embaixo faz tempo, eu já tinha visto. piii, pelo amor de deus! desde Locke essa discussão de privacidade e direitos de propriedade já está resolvida! você tá querendo regredir no tempo!
felipe diz: lyanna, que que você tá falando? o meu por acaso tá em primeiro lugar no seu? NÃO, está em QUARTO, e, inclusive, embaixo do do Blog do Beto.
Lyanna diz: uai, se isso faz diferença pra vc, vc pode a qq momento chegar e falar para eu tirar o seu link do meu blog caso eu n queira mudar de lugar. pra mim acabou de fazer (o tédio faz umas coisas...), e vc tá desautorizadíssimo a pôr meu link. sabe clandestinidade? atropelar imposições? coisa de comunista.
felipe diz: lyanna, vc NUNCA reclamou de eu ter posto seu link lá!! kkkkkk
Lyanna diz:vc pode escolher entre trocar (mesmo que o meu seja o penúltimo e o Blog do Beto o último), tirar o meu ou viver perdendo o sono com medo de um processo. agora estou reclamando por causa do lugar onde ele se encontra, rs. a louca apegada ao passado!
felipe diz: hahahahahahaha, a louca com mania de habermas!
Lyanna diz:e está engraçado, mas estou falando sério

felipe diz: aiii, voce é otima.
Lyanna diz: pi, é sério, seu podre.

felipe diz: tá bom. tá bom.
Lyanna diz:ok.
felipe diz: pode ir procurando um advogado aí pra dar entrada no processo. vou mudar não. Lyanna diz:que saco. n quero meu link lá.
felipe diz: hahahahahha (to adorando te irrirtar!)
Lyanna diz: pi, ok. mudo o endereço do meu blog e passo à polyana, a única leitora que me interessa mesmo e tiro o blog do google. vc tem dez segundos pra decidir se quer continuar lendo meu blog muito bem escrito ou não. ¬¬
felipe diz: hahahaha agora vc me ofendeu.
Lyanna diz: i mean it. e
felipe, voce sabe muito bem que essa discussão nossa envolve diretamente uma problemática pós-estruturalista!
felipe diz: entao quer dizer que a unica leitora que te interessa é a polyana????? hãããn!
Lyanna diz: é, meu blog nunca fechou por causa dela. NOOOOOOOSSA, MELHOR!!! esculhambo seu blog no meu. fantástico. mas vou esculhambar sem a mínima piedade
felipe diz: hahaha! estamos em crise diplomática.
Lyanna diz: bastante. e vc vai ser muito ofendido.
felipe diz: tá bom.
Lyanna diz: ok. vc teve as opções. n vai grilar com o bombardeio da pessoa mais enfurecida do mundo?
felipe diz: pode esculhambar. ai eu faço o mesmo, e inclusive digo o motivo da sua esculhambaçao comigo, citando o Blog do Beto e seu orgulho quanto à listinha de links.e olha que eu acho que o seu blog tem muito mais coisa pra se esculhambar do que o meu!
Lyanna diz: pode até ter, mas eu sou praticamente uma doutora em ofensas e críticas. e tou falando sério
felipe diz: e eu sou um doutor em receber ofensas com o maior bom humor do mundo, transformando-as em brincadeirinhas, por mais feias que sejam. meu espírito palhaço me protege.
Lyanna diz: "e inclusive digo o motivo da sua esculhambaçao comigo, " ==> eu falei que vou esculhambar seu blog. nada de ir pro pessoal, senão eu também vou. ok então. vc tem até o tempo de eu preparar o post.

felipe diz: hahahaha!
Lyanna diz: e leve em consideração que eu falei sério, que vc podia muito bem tirar meu link de lá. felipe diz: exagerou na ameaça, e qnd ela é exagerada, perde a legitimidade. ou seja, vc nao tem coragem de fazer isso.
Lyanna diz: experimenta.
felipe diz: (rsrs, previsível que você diria isso.)
Lyanna diz: vc n tá entendendo que vc deixou meu link embaixo do Blog do Beto. tira de lá.
felipe diz: haha, eu ja estava dicidido em mudar a ordem dos links desde o começo da conversa rsrs. eu so tava querendo sair do tedio compartilhado. vc me deve agradecimentos. rsrs.

Cinco minutos depois.

felipe diz: agora serio, vc ficou puta?
Lyanna diz: nossa, passei nem perto não. vc que correu um risco absurdo
felipe diz: ah que bom, entao posso continuar no meu espirito pentelho. posso postar essa conversa modificada no blog?
Lyanna diz: uai, pode.
felipe diz: mesmo? eu deixo vc ver antes pra dizer se aprova.
Lyanna diz: rsrs, tá. mas n tira as melhores partes (como eu falando que mando o link pra sua mãe, rs)
felipe diz:hahaha tá bom!
Lyanna diz: aff, quero só ver vc tirando as partes mais bacanas
felipe diz: não, vou tirar nao. vai ficar bom.
Lyanna diz: tá ;D
felipe diz: essa parte ficou muito boa: "atropelar imposições? coisa de comunista!" ahahha

Lyanna diz: rsrsrs, quer saber? vamos incrementar tb pro povo que ler achar que somos BEM fodas, rsrsrs. inventa. faz citações de locke, habermas e outras coisas mais!
felipe diz: hahahah! OTIMO!
Lyanna diz: aimeudeus, a louca feliz!
.
Nota: A expressão "Blog do Beto" cumpre um caráter totalmente fictivo no texto acima.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Já faz tempo

Fiquei a recordar por um bom tempo, e isso já faz um bom tempo, o tempo em que eu me mudei para Brasília, ou melhor, o tempo em que se iniciou o tempo do Pi morando sozinho. Não foi uma recordação entusiasmada, tampouco pesarosa. Foi saudosista, num sentido difícil de ser descrito. Parece-me que apenas nos dias de hoje eu consigo ver que tempo bom foi aquele, no sentido de que foi difícil. Não me refiro aqui aos frutos da liberdade de estar sozinho em uma cidade desconhecida. Me refiro às dificuldades e à própria construção de uma realidade nova. Que puta peso hoje eu consigo atribuir àquilo tudo! Não foi uma época feliz, de maneira alguma, mas foram seis meses de uma experimentação muito pura, cujos rumos indeterminados determinavam o passar das horas, sob a luz incandescente do meu quarto. Chegar em casa sempre às seis da tarde, logo ao anoitecer, arrumar algo para comer, me distrair com uma insuportável televisão de péssima imagem e com surpreendente poder de alívio, a quadra comercial pacata, o Danilo que não chega do trabalho antes das Dez e Vinte, o dia seguinte e o tempo passando sem eu ter lido os textos das próximas aulas, a saudade dos meus amigos que ficaram, a falta de um computador, o telefone público e o interurbano que me punham de pé e que me alimentavam. Que saudade imensa.

sábado, 26 de abril de 2008

Radicalismo Ofensivo

O que tem acontecido comigo? Eu sinceramente não sei qual é a razão do problema. Muito provavel que sejam vários. Eu não sei. Só sei o que acontece, e que me toca.
Isso vem de vários lugares? Com certeza o carangueijo está no seu momento mais afetado, e quando percebe acusações no ar, mesmo que infundadas, indiretas ou inofencivas, se esconde e belisca.
O que está acontecendo? Eu sinceramente estou ficando com medo. Que nazismo é esse? Quando foi que eu joguei os restos de auto-crítica que eu tinha? Na verdade, eu acho que ela ainda existe, mas algo a atropelou. Ou melhor, acho que encontrei meios "legitimos" para sustentar tudo aquilo que eu sempre quis dizer. E mais, encontrei meios "legitimos" para despresar tudo aquilo que eu sempre quis, numa forma maniqueista às avessas, um pós-maniqueísmo. E o pior, meu conceito de legitimidade não concorda com os demais. Mais pior ainda? Eu sei que é ridículo, mas eu não vejo como sair disso, e nem se quero.
O que está acontecendo? Eu fico embebido em panos de "Don't you ever trust my mercy!" e não sei como sair disso. Não tem dado sinais de melhora, não tem dado sinais de estabilização. Tem dado sinais ofensos. Não tenho conversado mais com quem queria que conversasse comigo sobre isso. É quase ajuda o que peço. Quase, por que no momento meu orgulho não me permite pedir.
Autoritarismo, nazismo, intolerância e arorgâcia. O que está acontecendo?
It's not safe in here.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Noites de um Índice de Produtividade Baixo

Então, numa noite fria, eu na minha mesinha aqui, estudando com um índice de produtividade em torno de 2 páginas (de um texto facílimo) a cada 4 horas, me dividindo entre essa leitura e o msn constante e pujante. A Senhora Aline me pede para que eu traduza para ela uns trechinhos de um texto em inglês que ela estava lendo. Aceitei. Era um texto de epistemologia. E parecia uma brincadeira, como se o autor tivesse acordado numa manhã de domingo, à toíssimo, e pensasse: "Nossa, que vontade de escrever um texto-que-pareça-dizer-tudo-exatamente-ao-contrário-do-que-se-é-na-verdade!" Que medo. O primeiro trecho me deixou meio que desconfiado:

"On the other hand, there is good theory and bad theory - by which I would mean theory that conduces to morally responsible thought and that which leads us away from it."

Fiquei desconfiado. Ao passar dos trechos, o texto "se eleva"(???) a isso:

"Not a matter of theories being true or false, because theory, being inherently spectulative and deliberative, cannot be subimitted to criteria of falsification on the basis of an appeal to facts."

Repito: que medo!

Mas, que saber, depois eu reli e pensei melhor... Pra que querer teorias verdadeiras? Quem precisa disso? Não precisamos nem de questionamentos se as teorias são ou não verdadeiras! Isso é tudo idiotice, o mundo funciona muito bem sem pensarmos sobre a validade e veracidade delas! (Rsrs)

Como se não bastasse, resolvi pentelhar a Aline. Como sabia que ela iria copiar a minha tradução para o caderno, aproveitei e escrevi no meio da frase "appropriately invoked for the assessment of a theory[...]" , "O pi é lindo!"

Sim, ela copiou.

domingo, 20 de abril de 2008

Nota

Lembrar de sempre ser o bobo da corte ao jogar truco.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Aqueles que não têm nada pra estudar

Tiêta do Agreste diz:
say something pi
tou entendidado *-)

.
felipe diz:
haha
eu tb tô!

.
Tiêta do Agreste diz:
(adotei o estilo pitoresco hauhau)

.
felipe diz:
hahahaahaa
é contagioadoso

.
Tiêta do Agreste diz:
hauhauahuahua
de fato vc tá digitando tudo errado ahuahaua

.
felipe diz:
(essa foi de proposifto)

Repúdio a quem filosofa sobre a vida

Sabe, a vida não precisa de um sentido. É tudo repetição. Só as palavras mudam.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Odeio quem filosofa sobre a vida

Sabe, a vida não precisa de um sentido. É tudo repetição.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Leggerezza

Io sono leggero. Pieno di piccine pizzici d'una cosa leggera. Sento che quest'anno è pegno di gravi cose, ho sentito questo da primo giorno de quest'anno. Però io sono leggero. E io sono leggero per te.

sábado, 15 de março de 2008

Volta

"A cena parecia esculpida, fixa, e mais uma vez ela teve aquela sensação: aquilo já acontecera antes, em todas as escalas - da mais íntima à mais colossal -, já estavam determinadas. O que viesse a acontecer no futuro, por mais estranho ou chocante que inicialmente parecesse, também teria algo de familiar, que a estimulava a dizer, porém apenas a si mesma: Ah, é claro; isso. Eu devia ter imaginado."

Reparação, de Ian McEwan.

domingo, 9 de março de 2008

Tamakis Alucinógenos

Na temakeria:
-Então, vão ser dois Skins, dobra sete Filadelfias, troca dois Skins?
-Ãhn?
-Ah! Então vão ser sete Filadelfias, no combo, troca dois Skins, mais um Filadelfia dobra Skin?
-Ãhn?
-Doze Filadelfias dobrados, troca um Filadelfia Skin, dobra um Skin mais um Skin combo?
-Ãhn?


***

A pessoa entra na loja de colchões, para, obviamente, pesquisar preços de colchões, e encontra todos os vendedores deitados preguiçosamente nos colchões.
-Estratégia de marketing: nossos colchões são ir-re-sis-tí-veis!


***

A pessoa entra no O Boticário.
- Você gostaria de experimentar o nosso novo primeiro perfume masculino?
- Ãhn?
- É, todos os outros são ilusões de ótica.
(SIM, O Boticário tem SIM um novo primeiro perfume masculino!)

Bastidores de um Curta

Até agora o detalhe mais peculiar que eu percebi nesse processo todo advém do processo produtivo. Fazer um filme se faz essencialmente diferente de, por exemplo, escrever um conto, pura e simplesmente pela sua produção: ao escrever um conto, você já tem, a cada palavra colocada no papel, o resultado final do processo criativo, coisa que não ocorre de forma alguma ao falarmos de filmes. Não se tem o que se produz até o momento final do feitio. É algo impressionante e, até mesmo, assustador. Há cerca de uma semana iniciamos as reuniões da produção, e até hoje não temos sequer qualquer coisa pronta do curta, no seu formato final! Estamos cada dia levantando escadinhas, colocando tijolinhos, que farão o filme nascer apenas nos últimos instantes da produção. Fazer filmes: dar tiros no escuro mirando alvos muito delicados e invisíveis, tentando adivinhar o tom de cada elemento na tela, em mil notas musicais mentais. Maravilhoso.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Vai-e-vem no tempo

Ontem me lembrei muito do dia em que, do nada, no meu segundo ano do Ensino Médio, eu me perguntei por que não fazer Medicina? Foi um dia bom, me senti muito animado, passei a estudar desvairadamente - talvez isso tenha garantido a minha aprovação em rrel antes do fim do terceiro ano - , e, hoje, encaro aquele epsódio, por mais que ele não tenha dado em nada (acabei seguindo por outros rumos), com muita delicadeza, encontrando certa importância nele.
Ontem me lembrei muito do dia em que, do nada, no meu segundo ano do Ensino Médio, eu me perguntei por que não fazer Medicina?. E, usando o mesmo tabuleiro porém com peças diferentes em disposições alternas àquela vez, me fiz uma outra pergunta, que há muito eu já prenunciava, que há muito eu já sabia que um dia iria estourar.
Ontem eu me fiz uma pergunta que esteve muito tempo em maturação, esperando, acho, apenas um momento como esse para aparecer.
Ontem eu me fiz uma pergunta e hoje, acho, que acordei mais feliz.

domingo, 2 de março de 2008

Alcuni parole i frasi in Italiano sono molto difficili!

Sabe, Italiano é uma língua maravilhosa, praticamente dos meus sonhos, por mil motivos, por mil fellinis e mil calvinos. Às vezes eu me deparo com coisas fantásticas, nuances lingüísticas muito legais, por exemplo:

Cérebro, em italiano, se diz Cervello. A palavra possui dois plurais: um masculino, i cervelli, usado no sentido de "inteligência" ou "pessoas inteligentes"; e um feminino, le cervella, usado no sentido de "cérebro, órgão do corpo", e de "miolos de animais
Isso ocorre com muitas palavras!

Contudo, há também uns detalhezinhos muito irritantes, do tipo "Consoantes dobradas: quando há?"
Bicicleta em italiano é bicicletta. Motocicleta é motocicleta. Como assim? Por que ambas não têm t dobrado? Io non capisco! Será que, por acaso, cicletta tem origem greco-latina e cicleta tem origem, sei lá, árabe, e influenciaram diferentemente as palavras bicicleta e motocicleta, em italiano?

Yasmin

Minha amiga tem uma caixinha porta anti-concepcional. Um estojinho simples, abre-e-fecha para se colocar uma cartelinha de pílulas. O que há de especial nele é que ele tem um espelho do lado de dentro, tipo um daqueles porta batons de mulher, sabe? Eu e meus amigos costumamos dizer que aquele espelhinho é para as mulheres não errarem a boca, para mirarem direitinho, quando forem tomar a pílula.

sábado, 1 de março de 2008

Desejo e Tempo

Desejo, desejo, desejo. Fracasso. Transferência.
A dor pré-consciente não é uma dor aliviada, é agonia extendida. Bomba relógio às avessas.

Às vezes, eu me sinto não me dando muito certo, apesar do muito gostar, apesar de tudo gostar. E então, eu penso que isso pode ser um sinal, como sempre. Não sei se o é de fato. Não sei quando pensei pela primeira vez no desejo que eu faria ao atirar uma moeda na Fontana di Trevi, não sei. Mas sei que ele ainda é o mesmo.

E é exatamente aí que eu olho pro infinito e tento descobrir como podem dois desejos incrivelmente distantes e inconsebivelmente alternos, existirem ao mesmo tempo. E, como se não bastasse a existência, há a dança, a incomoda dança interminável, um vai-e-vem com cadência de Ravel, atormentador, inquietante, incostante, decompondo cada degrau construido.

Estamos olhando para o infinito construindo sonhos: fazendo filmes com o tempo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O Malabarista

Nota: censurado.

Sobre os acontecimentos dos últimos dias (ou anos?)

Era uma vez um grupo de amigos que resolver dar início a uma discussão, invocando um assunto precioso, e, então, nunca mais pararam de falar sobre.

Que medo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Da Farmácia Metalingüística

Ou "Mil variações da mesma situação" (estou me sentindo o Gus Van Sant hoje, haha!)

A cleptomaníaca vai à farmácia:
- Tem remédio pra cleptomania?
- Temos sim. Aqui está.
- Quanto é?
- Vinte e do... uai, onde ela se meteu?
.
.
Um homem com amnésia vai à farmácia:
- Tem remédio pra amnésia?
- Temos sim.
- Temos sim, o quê, meu filho???
.
.
A mulher com síndrome de Tourette vai à farmácia:
- Tem remédio para a síndrome de Tourette?
- Não.
- Porra!
.
.
O homem com TOC vai à farmácia:
- Tem remédio pra TOC?
- Não.
- Tem remedio pra TOC?
.
.
Uma mulher com distúrbio de ansiedade vai à farmácia:
- Temremédiopradistúrbiodeansiedade?
- Vou dar uma olhad...
- Anda logo!

.
.
Um homem com distúrbio de personalidade vai à farmácia:
- Tem remédio pra disturbio de personalidade?
- Temo...
- Temos sim, vai querer levar quantos, doutor?