domingo, 24 de junho de 2007

Críticas


Não, essa idéia não é originalmente minha. Vem de outro lugar que eu não sei qual. Mas achei interessante, dei uma reajustada aos meus parâmetros e deu nisso aí. (Sim, esse post também se inclui na série “eu não acho isso uma grande sacada, mas como há quem ache, eu posto”.
Crítica formal é aquela que se refere à estrutura do argumento, a ordenação e colocação dos argumentos em uma linha de argumentação. Tem, por natureza, dessa forma, um caráter analítico-estrutural, e por isso é muitas vezes embasada na própria Análise do Discurso.
Crítica Substancial não se refere ao argumento, mas sim aos seus fundamentos, levando em conta seu contexto de desenvolvimento, suas raízes, validade, conseqüências, assim como todos os fatores que o compõe. Quando nós criticamos a política corrupta de algum político, essa é uma crítica substancial, não importa a forma como criticamos, nem os argumentos que utilizamos.
Agora, dando uma de professora primária: é importante que se perceba que ambas as críticas são extremamente válidas, sendo que sua força depende apenas do grau de sua análise e densidade de sua estrutura. A substancial não é necessariamente mais atacante do que a formal, e essa pode muito bem derrubar uma forte linha de raciocínio com apenas uma simples análise de sua estrutura.
Mais uma vez como a professora primária: uma boa análise centra-se na utilização desses dois tipos de crítica, pois dessa forma consegue-se abarcar todos os aspectos de uma argumentação. (Meu deus, mais professora impossível! Primária total!)
(Quando eu me refiro às professoras primárias, tenho em mente todo aquele estereótipo de uma mulher-jovem sorridente, paciente, que adora Cecília e Vinícius, formada em pedagogia e escuta Elis, se veste com o equilíbrio de suas opiniões [geralmente de “boa índole”. Defina boa índole!], ama a todos, gosta de animais, e tem como filme preferido [essencial numa psicografia!] Matilda).

Termos de Serviço


O momento mais tenso da minha vida foi quando alguém me disse que nos Termos de Serviço do Blogspot havia uma cláusula que afirmava que o Google (mágico) resguardava para si os direitos autorais de todo o conteúdo publicado no Blogspot. Entrei em pânico (filho). A minha relação com autoria e criação é extremamente obsessiva. Meuás amigos sabem, quando estamos juntos e eu conto alguma tirada engraçada, por exemplo, para um deles (primeiro), e esse vai contar ao outro (segundo) que não havia ouvido, eu EXIJO (autoritariamente) que ele diga ao outro que fui em quem criou aquilo. Oras, onde já se viu?, a outra pessoa adorar o que eu disse sem saber que fui quem disse?! E o pior, a primeira pessoa levar crédito por algo meu!
É obvio que isso tem a ver com minha necessidade de reconhecimento e individualidade.
Pense só, o Google, com os braços cruzados e uma enorme cara de grandioso me possuindo? Possuindo o que eu fiz?
Enfim, me coloquei a pesquisar sobre o assunto, pois ter fé em rumores nunca levou ninguém a lugar algum (disse isso sem pensar, aposto que já levou, aposto!). Eis que encontro:
“Seus direitos de propriedade intelectual. O Google não reivindica nenhum direito de propriedade ou controle sobre qualquer Conteúdo enviado, postado ou exibido por você no Serviço ou por meio dele. Você ou seu licenciador de direitos detém todas as patentes, marcas comerciais e direitos autorais de todo Conteúdo enviado, publicado ou exibido nos serviços do Google ou por meio deles, e é responsável pela devida proteção desses direitos. Ao enviar, publicar ou exibir Conteúdo nos serviços do Google que são disponibilizados para o público você concede ao Google uma licença mundial, isenta de royalties e não exclusiva de reproduzir, publicar e distribuir tal Conteúdo nos serviços do Google com o propósito de exibir e distribuir os serviços do Google. Além disso, o Google reserva o direito de não aceitar, publicar, exibir ou transmitir qualquer Conteúdo de acordo com seus próprios critérios.”


Pronto. Agora encontra-se justificado o fato de eu não postar a semanas.

domingo, 10 de junho de 2007

A Testa Estragada


Fazia seculos que eu não ia á casa da minha avó. Hoje fui.

O melhor é que ela tem um lustre de vidro que fica suspenso no teto, praticamente apenas uns 1,60 m do chão! No meio da sala! Tipo, coisa louca! Logo fui me erguer do sofá para atravessar a sala e meti a cabeça na porra da quina da merda do idiota do lustre!

Minha mãe correu, pegou gelo. Coloquei gelo. Começou a sangrar absurdamente, a escorrer e pingar e me manchar. Dói muito.

Por pouco não precisei de dar pontos... Imagina, eu com uma cicatriz esp na testa? Nem pense.

Por fim, agora minha testa encontra-se com um curativo. E o melhor: eu não posso fazer nenhum movimento com nenhum músculo da testa, ou seja, estou sem expressão. Até o Neco - é o nome do machucado - cicatrizar eu não tenho expressão, logo não tenho sentimentos. Serei frígido, seco e pálido. Minha testa encontra-se estragada.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os Velhos


(Todas as afirmações que eu faço aqui tomam como parâmetro de análise a sociedade na qual eu vivo. Encare esse “eu” da maneira que preferir. Não estou levando em consideração o panorama social do leste europeu e muito menos o da China setentrional, se te interessa saber)


Quando cheguei em casa na noite de hoje, a vizinha do apartamento da frente estava na minha casa, minha irmã a havia recebido. A velha me contou que a chave da sua casa havia ficado com a filha, que acabara de pegar um ônibus para se dirigir ao setor onde morava. Sem delongas, velha queria dormir aqui em casa. Ela aparentava um estresse desnecessário e uma preocupação descabida, do estilo de levar as mãos à boca e pronunciar, com voz penosa, “ah meu deus...”, como se o fato de sua chave ter ficado na bolsa da irmã fosse semelhante ao esfaqueamento de Marion Crane no chuveiro por Norman Bates. Sabe, essa é a primeira coisa que eu quero ressaltar aqui: não é a primeira vez que vejo velhas alimentando preocupações com bravas doses de exagero – a primeira vez que presenciei isso foi quando estava pegando carona com uma amiga da minha mãe, para ir de Brasília para Goiânia num fim de semana. No carro estava também a mãe dessa amiga, e, quando estávamos saindo do setor Sudoeste, no qual ela morava, começou a chover. O fato é que estava chovendo e ventando, o não-fato é que a velha ficou horrorizada e, como sempre elas fazem, levou a mão à boca e, abaixando as sobrancelhas, como sempre elas fazem, pronunciou “ah, meu deus...” seguido de um “e agora?... que horror...”.
Minhas hipóteses:
1) As velhas da atualidade com suas vidas vazias e repletas de suas rotinas que não preenchem nada precisam encontrar Conflitos (
http://persuasiofalsa.blogspot.com/2007/05/o-conflito.html) para se alimentarem, problemas para saírem da linha comum na qual vivem.
2) As velhas da atualidade perdem seu senso de realidade (o que é fato que ocorre, devido a infinitos motivos, como, por exemplo, as rápidas mudanças da contemporaneidade e a lentidão dos idosos) e por isso deixam de ter o tato que as pessoas geralmente têm, o tato de sentir as situações como elas devem ser sentidas, ou seja, de não saber distinguir um momento de preocupação com a festa de aniversário da bisneta.
A outra coisa que eu queria discutir aqui é acerca de um intradiscurso (conversa que tive comigo mesmo) naquela situação. Quando a velha disse que queria dormir lá em casa, eu me vi relutante. Mentira, eufemismo: eu não queria que ela dormisse lá. Ah, sabe?, eu não queria. E, logo, me veio o clássico argumento na cabeça:
“Devemos respeitar os mais velhos, Felipe Ricardo!”
Então me questionei sobre a origem dessa afirmação. Creio que ela deva ter surgido, muito provavelmente no oriente, ou em algum local em que a idade idosa era sinônimo de basicamente duas coisas:
1) experiência de vida
2) acumulo de um largo arcabouço intelectual, devido ao contato durando muitos anos de vida com fontes de intelectualidade, cultura e afins.
Claro que para a sua época esse argumento é extremamente válido, a priori (a priori!). Porém, será ele hoje em dia? Eu acho que não. Não serei mole em dizer que praticamente não conheço nenhum velho próximo de mim que satisfaça tais requisitos que citei ali, sem duvida alguma. Eu nunca apreciei muito essa idéia que ditava que devemos respeitar os mais velhos, mas isso não significa que eu os desrespeitava. Acho ridículo esse tipo de desigualdade infundada que se cria nas mentalidades, separando os mais velhos dos outros, como se anos a mais de vida fosse sinônimo dos dois pontos que acima citei, o que de fato, na contemporaneidade não é. Hipocrisia ridícula oriunda de um nível de análise pífio da mentalidade das pessoas do nosso tempo.
Se vamos respeitar os mais velhos (o que eu acho que deve ser feito) não vamos respeitar por causa dos dois pontos que eu disse, pois eles não correspondem mais a realidade, são falácias. Que os respeitemos como damos vantagens aos deficientes, por os velhos (e eu não tenho pudores de dizer isso) carecem sim da esperteza que jovens e adultos têm, é fácil observar isso. (Não generalizar o que lê, leitor!). Ou então, que os respeitemos como devemos respeitar todas as pessoas de todas as idades, por educação e para propiciar uma boa convivência social.
Enfim, eu reconheci que não havia mal algum em ela dormir lá em casa, e inclusive reconheci que devemos, por mais moral cristã que seja essa afirmação, ajudar os outros quando necessário e importante, como era o caso. No entanto, não foi necessário: a filha dela interfonou dizendo que estava subindo para entregar-lhe a chave.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Prá lá é Prá cá


Sabe que eu estou sentindo que ele não vai? E que eu to sentindo que esse sentimento é daqueles que eu sei que está equivocado?
Odeio quando sinto essas coisas.
Não, na verdade adoro. Dá pra saber do futuro...

Revolução da Revolução


"Nós não nos deixaremos esvaziar de nossos sentimentos para nos encher artificialmente, como pássaros embalsamados num musel, de palha, de cinzas e de insípidos fragmentos de papel exaltando os direitos do homem."

Edmund Burke, o primeiro crítico da Revolução Francesa.

Ácido, feroz, radical, inovador. Definitivamente intenso.

domingo, 3 de junho de 2007

Doce de Maçã

O Beto me presenteou hoje com muitas maçãs, umas seis. Como eu não queria as comer, fiz um doce. Me lembrei da receita que minha mãe sempre faz com abacaxi, em calda, que fica uma coisa louca, então pensei em fazer uma adaptação. Como não tenho tanta prática e nem habilidade na culinária doce quanto na salgada, entrei no deus, ou seja, google, pra pesquisar algumas ideias.


Digitei "doce de maça", o primeiro site que saiu me fez cair pra tras de tanto rir. Estava bem assim: "Doce de Maçã: Olha, eu garanto, que apesar das 8 horas na panela de pressão, é uma receita rápida." Tá, né, já que você garante!


Acabei fazendo o doce com o que eu já tinha em mente mesmo. Não sei se ficou bom, vou descobrir jájá.