quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Pânico na Sala de Aula


Vida de professor não é fácil.

Eu tenho um aluno meio estranho. Ele tem uma pronuncia perfeita, mas é muito estranho, sabe daquele tipo que se senta em uma cadeira e fica curvado, como se escondesse algo, ou como se não quissesse olhar para ninguém. Pois é, ele sempre vem de bicicleta pra aula e sempre chega exatos quinze minutos atrasado.

O fato é que hoje ele veio sem bicicleta. Não, o problema que me assustou não foi esse, foi outro. No decorrer da aula, que era basicamente de conversação, uma pergunta foi proposta pelo livro:

-Do your friends often laugh at you?

E eu dirigi essa pergunta à ele:

-Yes, they do always.

-Yes, really? But, why?

-They call me "cabeça de panetone"...

-Really?

-Yes... - olhou para um ponto perdido no chão da sala, com um semblante por demais sério - mas tudo isso vai mudar, tudo isso vai mudar, hoje isso tudo vai ser diferente...

Aí sim eu fiquei com medo. Já tava vendo o menino matando os amigos em uma fúria vingativa! Sempre a mesma coisa, as vitmas de bully se rebelando e esfaqueando os agressores! Que horror! Aposto que ele ja havia até comprado a AR-15 pra metralhar todos eles! Ah! Agora tudo se encaixa! Era por isso que ele havia vindo à pé pra aula hoje! Ele vendera sua bicicleta pra comprar a AR-15!!! Tudo se encaixa!

Minha ilusão derreteu quando ele retomou a palavra e disse:

-Porque hoje eu vou cortar o cabelo.


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Melodias de Vida


O grande tema da minha vida, assim como constataria Kundera, eu descobri há alguns dias, apesar de toda a presunção. A minha grande problemática é a minha constante vontade de ter poder sobre tudo. A minha percepção de que o poder está em tudo é muito parte de como eu funciono. Não é simplesmente um autoritarismo extremado, mas sim uma vontade de obter controle, pelos mais diversos motivos. É foda. Eu me articulo de todas as formas, não sei se para controlar situações ou se para me dar a ilusão de que controlo alguma coisa. O poder me explica muito bem. Depois, mais foda ainda é quando eu descubro que eu não tenho todo esse controle, que nem controle sobre nada eu tenho. É foda, e daí, como não poderia ser diferente, eu sofro.

Odeio posts muito pessoais, odeio. Não sei lidar com a preponderância arrogante de ficar digitando palavras contaminadas de muitos eus e meus, que chatice. Meu ego-problemático-suicida não dá conta de aceitá-los. Desculpem-me, não dei conta de evitar esse.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Discussão acerca da existência de uma natureza humana e a importância da deliberação frente às suas problemáticas


A discussão acerca da existência de uma natureza humana, que proporcionaria ao homem direitos inalienáveis, é inútil. No entanto, visto que existe uma percepção intra-social realizada pelos indivíduos acerca de direitos inalienáveis, feita através do contato destes com sua cultura e com suas ideologias, sejam eles válidos ou não, deve-se considerar tanto a sua função na sociedade quanto a possibilidade de formulação desses direitos inerentes à uma suposta "natureza humana" que forçariam ações individuais e sociais. A problemática inserida nisso é não só o reconhecimento e legitimação desses diretos, mas também de avaliação dos mesmos. Por isso, em termos normativos, deve-se investir em políticas de deliberação com o fim de propiciar discussões que visem alcançar e definir consensualmente, sendo isso possível ou não, quais são esses direitos que os membros da sociedade enxergam através da sua lente cultural-ideológica.


A Monografia


16h50, minha casa:

lyanna (clack!) - www.waltzforanight.blogspot.com diz:que isso?a modernidade, que me fez o favor de acabar com os heterosvai ser minha monografia."A modernidade e a morte do cromossomo y"

pi diz:kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas tem que ser na area de letras, entao o tema tem que ser esse: "A relação entre a linguistica aplicada da modernidade e o cromossomo y"

lyanna (clack!) - www.waltzforanight.blogspot.com diz:"e a morte do cromossomo". tenho que falar que ele morreusenão vão achar que escrevi sobre ele. daí fica sem créditos. ah não

pi diz:nao, lý. é pq vai ser uma dissertação literária, vc só vai contar que o cromossomo y morreu no final, NO CLIMAX!!! ai as leitoras choram. senao forem feministas, claro.

lyanna (clack!) - www.waltzforanight.blogspot.com diz:HSAUihsaiushaiusaHiUAShsaUIhSAeu vou chorar escrevendoah não, gente. ah não, pi!

Aquela que devia ter comido o próprio cérebro



O de sempre: adoro programas vespertinos. O de hoje apresnetava uma matéria sobre comidas exóticas. O repórter perguntou a uma mulher que acabara de experimentar cérebro de boi:
-E aí, o que você achou?

-Olha, até que o gosto não é ruim não. Posso dizer que não me traumatizou não. Mas sei que nunca vou esquecer disso.

Incoerência é foda: Freud chuta mais uma vez a tampa do caixão.