sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Dalí


Surreal.

Mais surreal que o próprio surreal é o próprio Dalí em uma programa de perguntas e respostas onde pessoas tentam descobrir quem é a celebridade que responde a perguntas com o mínimo de coerência possível.
(um beijo para um pedacinho de flor)



segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Andança


Percebi hoje que faz uma semana que a palavra "nada" tem me rejeitado. É simples, ocorre que sempre que eu vou escrever “nada” rapidamente, o que sai na tela é ‘”anda”. Curioso.
Talvez seja tempo de andar e da não fazer o nada.

domingo, 26 de agosto de 2007

Se minha cabeça doer

É curioso. Momentos trelosos.
Um. Uma sala da faculdade, um aviso atrás da porta de entrada gritava em letras vermelhas escorridíssimas: “Não retirar as cadeiras desta sala!”. E, logo a baixo, uma inscrição à caneta, letra cursiva e muito pessoal, retrucava: “E o direito de ir e vir das cadeiras?!”. Isso definitivamente me fez pensar em como o ser humano é um ser maligno, que faz uso de tudo ao seu redor em beneficio próprio, que oprime, castra, mutila e ursupa direitos! Que mundo triste! Como ficarão as pobres cadeiras em meio a tanto abuso? Que difícil deve ser para elas.
Dois. Eu andando nas entrequadras. Fim de tarde, passa do meu lado uma moça com um cachorro, cuja raça desconheço. O animalzinho segurava com a boca um gravetinho, daqueles que a gente vê em desenho animado mesmo, um gravetinho perfeito, brinquedinho preferido dos cães. Pois é, então, após observar que a dona estava de cara feia e nem olhava para animal, eu pensei que o cão poderia muito bem estar brincando sozinho, fazendo tanto o papel da dona, ao atirar o graveto para longe, quanto o seu próprio papel, o sair correndo (com a língua de fora) para apanhar a madeirinha. Uma revelação: dessa forma, pensei, o cachorro poderia ir aonde quisesse, ir à China, andar sem se cansar, pois estaria brincando e nem veria o tempo passar, bastava apenas ele ir atirando o gravetinho cada vez mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe China.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Vento e Vidro


Ás vezes eu tenho medo de pronunciar minhas expctativas, como se elas fossem bolas de cristal prestes a se despedaçarem no chão. Secas, quebradas, perdidas.

É como se minhas impressões saissem de mim e se mostrassem em uma tela branca em frente, acenando, gritanto que todas estavam erradas. E nunca mais voltassem.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Análise - 8 Femmes

Assim que terminei de assistir esse filme de François Ozon, a primeira coisa que me veio à mente, ao pensar em escrever uma análise, foi que eu encontrei muitas idéias interessantes esparramadas pela trama. E que trama, para começar dizendo! Com trejeitos marcantes de Agatha Christie, a rainha do noir - por mais que 8 Femmes não compreenda totalmente a estética noir, todo o clima misterioso e duvidoso do enredo nos coloca em meio a um quebra-cabeça de segredos que devem ser revelados com o decorrer da história.
Acima de tudo, 8 Femmes é um filme francês. Tanto pelo cuidado com a cenografia e com o figurino – lindos e coloridíssimos – quanto pelos temas peculiares e pouco comuns que a história aborda, como é o caso do relacionamento de Marcel com as filhas. Também devemos nos lembrar das músicas típicas francesas que dão ritmo à película, por mais que elas nem sempre estejam de acordo com o enredo ou com a situação que se desenvolve na história. Aliás, uma análise que não esteja tão preocupada com a verossimilhança do filme, poderia mencionar que as partes musicais servem simplesmente para chamar a atenção do publico para longe do quarto onde o morto, que não está morto, se encontra; distraindo o espectador e escondendo a verdade, como se todas elas soubessem que Marcel ainda estava vivo. Boa interpretação, mas peca pela falta de verossimilhança.
O que mais me encanta no filme é a visível estática teatral que o permeia do começo ao fim e que se mistura com o melhor glam francês, visível em Pierrette e em Augustine após a transformação. Observamos que a maior parte da história transcorre em uma sala de estar, com seus vários ambientes que dão espaço ao entra e sai das atrizes. Fantástica o último take da exibição que mostra as oito de mãos dadas de frente para a câmera, como que para fazer reverência e agradecer pela presença da platéia.
Vale muito à pena comentar alguns elementos componentes do enredo. O primeiro deles é a reação que as personagens têm ao saberem da morte do Patriarca Marcel, visto que, à exceção da caçula nos primeiros momentos depois da descoberta do assassinato, nenhuma outra personagem se mostra chocada ou aterrorizada com o ocorrido.
Em segundo plano, porém com uma importância catastrófica no filme, temos algo que pra mim é o que há de mais rico em toda a história: o fato de todos aqueles conflitos, problemas, discussões, casos e intrigas, aparecerem exatamente na situação da morte de Marcel, e justamente em função desta. É como uma bomba que cai em uma cidade e causa seus efeitos. Esse detalhe se faz muito importante para a compreensão da história, pois era exatamente isso o que a caçula queria trazer à tona, mostrar que nenhuma daquelas oito mulheres amava Marcel.
O desfecho é algo impressionante. Após a descoberta de que o pai não está morto (um anticlímax muito bom), mas apenas trancado no quarto onde o suposto assassinato ocorrera, o suicídio do mesmo ocorre com o intuito de por um ponto final em tudo aquilo que se desenvolveu durante todo o filme, como um último suspiro, querendo abandonar todos aqueles problemas que habitam aquele ambiente de família.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

La TV de June



Não vou discutir se TV presta ou não, isso é clichê de mais. O fato é que, eu em meu dia do ócio chato, mais uma vez, vou pra sala e ligo a tv. Aí vejo lá uma apresentadora apresentando umas dez pessoas com seus animais de estimação mágicos. Todos esquisitos.
Pois é, estava ela lá com uma cobra amarela, a tal da piton (que todo mundo já cansou de ver mas que ninguém se cansou de perguntar se ela pica) amarrada ao pescoço e conversando com a dona, uma mulher qualquer.
Eis que a pergunta é feita:
-E então, Gisela, quando foi que você decidiu ter uma cobra de estimação?
-Uai, tudo começou com um sonho... Eu passei a sonhar constantemente que eu tinha uma cobra de estimação e que a minha vida era muito mais feliz. Rsrs...
Pausa pro comentário. Pense em Freud ouvindo sobre o sonho dessa sujeita. Pense nele tremendo na cova.
Agora pense na cara de Freud quando ficasse sabendo que a louca sonhadora comprou uma cobra por causa do sonho! Pense! Desapontamento total! Aff total!
Caí da cadeira...
E pra complementar, a proprietária do bicho diz:
-Nossa, e a cobra abre portas...
-Como assim? – pergunta a apresentadora tentando se desvencilhar dos inúmeros tentáculos do animal por todo o seu corpo.
-É... ela aprendeu que se ela enrolar o rabinho envolta da maçaneta...
Reticências.