domingo, 26 de agosto de 2007

Se minha cabeça doer

É curioso. Momentos trelosos.
Um. Uma sala da faculdade, um aviso atrás da porta de entrada gritava em letras vermelhas escorridíssimas: “Não retirar as cadeiras desta sala!”. E, logo a baixo, uma inscrição à caneta, letra cursiva e muito pessoal, retrucava: “E o direito de ir e vir das cadeiras?!”. Isso definitivamente me fez pensar em como o ser humano é um ser maligno, que faz uso de tudo ao seu redor em beneficio próprio, que oprime, castra, mutila e ursupa direitos! Que mundo triste! Como ficarão as pobres cadeiras em meio a tanto abuso? Que difícil deve ser para elas.
Dois. Eu andando nas entrequadras. Fim de tarde, passa do meu lado uma moça com um cachorro, cuja raça desconheço. O animalzinho segurava com a boca um gravetinho, daqueles que a gente vê em desenho animado mesmo, um gravetinho perfeito, brinquedinho preferido dos cães. Pois é, então, após observar que a dona estava de cara feia e nem olhava para animal, eu pensei que o cão poderia muito bem estar brincando sozinho, fazendo tanto o papel da dona, ao atirar o graveto para longe, quanto o seu próprio papel, o sair correndo (com a língua de fora) para apanhar a madeirinha. Uma revelação: dessa forma, pensei, o cachorro poderia ir aonde quisesse, ir à China, andar sem se cansar, pois estaria brincando e nem veria o tempo passar, bastava apenas ele ir atirando o gravetinho cada vez mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe e mais longe China.

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