Desejo, desejo, desejo. Fracasso. Transferência.
A dor pré-consciente não é uma dor aliviada, é agonia extendida. Bomba relógio às avessas.
Às vezes, eu me sinto não me dando muito certo, apesar do muito gostar, apesar de tudo gostar. E então, eu penso que isso pode ser um sinal, como sempre. Não sei se o é de fato. Não sei quando pensei pela primeira vez no desejo que eu faria ao atirar uma moeda na Fontana di Trevi, não sei. Mas sei que ele ainda é o mesmo.
E é exatamente aí que eu olho pro infinito e tento descobrir como podem dois desejos incrivelmente distantes e inconsebivelmente alternos, existirem ao mesmo tempo. E, como se não bastasse a existência, há a dança, a incomoda dança interminável, um vai-e-vem com cadência de Ravel, atormentador, inquietante, incostante, decompondo cada degrau construido.
Estamos olhando para o infinito construindo sonhos: fazendo filmes com o tempo.
sábado, 1 de março de 2008
Desejo e Tempo
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2 comentários:
"A dor pré-consciente não é uma dor aliviada."
É, não é.
Puramente canceriana também, nesses dias.
"Estamos olhando para o infinito construindo sonhos: fazendo filmes com o tempo."
lindíssimo
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