Eu sou um espelho e todas as coisas que faço são voltadas para um espelho. Penso nos meus reflexos, mas durmo com fantasmas, e a minha lente continua quebrada. Tudo o que eu escrevo – e o tudo se refere também a isso – é um reflexo pensado. Criar coisas envoltas, dar vida, ver a realidade perder na ficção e a ficção ursupar a realidade com unhas pretas. E, acima de tudo, adorar que vejam isso.
O que eu quero para a minha literatura é fazer algo escancarado, uma criação que saiba que é uma criação, com doses cavalares de consciência, e que com isso sinta sua sorte passando por seus sentimentos.
Hoje morre minha criação artística impessoal. Quero algo imbricado, em que o verdadeiro tenha como caixa-preta o falso, e esse, um labirinto sem curvas daquele.
Mais uma vez (olha as repetições, felipe ricardo!) não quero poder distinguir o que há de pessoal no que eu escrevo do que é inventivo.
0 comentários:
Postar um comentário