quarta-feira, 11 de março de 2009

Passado Presente Futuro

Às vezes fica a forte impressão de controlar o futuro. Da única maneira possível, para os sãos: estudando metas, traçando caminhos, esboçando destinos. E isso é tudo o que nós todos podemos ter com o futuro, um leve relance, senão uma vaga impressão. Interessante pensar o futuro como construção, porque, dessa forma, ele se desgarra do significado concreto da palavra e, por aí, perde-se passando a ser nada mais que um estado temporalmente não-localizável, do qual só nós resta percepção, idéia, vento.
E, por mais nada do que isso, fica claro que o futuro é aquilo que mais nos engana. Obviamente não só por causa das possíveis ilusões advindas, mas também devido à maior de todas ilusões: o presente. Nele, o futuro, ou a imagem de um, interfere da mais sutil de todas as maneiras. Construímos um futuro, e, a partir daí, construímos um presente, o que faz com que não contruamos nada. É claro, aqui, um feedback destrutivo, se a nossa imagem do futuro influencia na nossa contrução do presente e é, ao mesmo, tempo uma construção de um nós qualquer, no presente (que logo vira passado), não podemos construir nada. A via que andamos é torta por demais, e nós que sempre a achamos muito bem pavimentada. Um dia acordamos às sete e vamos para o trabalho, no outro já somos cabras sendo levadas para o abatedouro.

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