quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mercado Liberal-democrático

Muito já se tem discutido acerca do domínio capitalista sobre o mercado. especificamente sobre o mercado cultural. Nos últimos dias tenho pensado bastante sobre - tanto por leituras que me põem e discutir, quanto por incentivos de pessoas próximas com posicionamentos muito divergentes dos meus (já disse pra mim mesmo que não serei amigo de marxistas, porra!).


Veio-me a mente uma idéia que julguei a priori interessante. Ver o mercado não apenas como liberal, mas também extremamente democrático - no sentido mais númerico que tal palavra possa adquirir. Agora vejo com muita clareza a assertiva "o mercado dá o que querem"
Lembrei-me da sacada genial que o SBT teve em "produzir" a continuidade para o programa Astros, mesmo sem os direitos da franquia - adquirida pela Record. Em linhas gerais, eles elaboraram um novo programa, que passou a se chamar Astros após uma votação dos telespectadores, que é descaradamente uma cópia do original. Mas não fica só nisso. É perceptível o quanto eles se preocuparam para fazer com que o novo programa sintetisasse apenas o melhor do original. 
Todos sabemos que o melhor dos programas de calouros musicas, em suas inúmeras vesões, são os piores calouros - os que pior cantam, os mais cômicos ou os mais loucos que tenham a coragem de lá aparecer. Ou seja, o novo formato do SBT deu o que se queria ver. 
Sei que isso parece boçal e repetitivo, mas o grande lance é essa faculdade do mercado de não ser apenas liberal -no sentido de livre e acessível - mas também democrático, pois atende os interesses sempre da maioria das pessoas. 
Quanto à legitimidade disso - em termos normativos - já é outra história. Realmente dá preguiça a falta de um bom circuito alternativo de cinema em Goiânia, de programas de qualidade na televisão brasileira e de inúmeras outras coisas que não girem em torno do lucro ou da satisfação da maioria do povo. Mas fazer o quê se fazemos parte da minoria?

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