sábado, 5 de maio de 2007

A Interpretação


Muito se discorre sobre as técnicas de interpretação. Um amigo meu me contando sobre uma conversa dele acerca desse assunto com uma estudante de teatro me transmitiu a opinião da moça. Ela disse que, dentre as inúmeras técnicas que são propostas aos atores para interpretarem, existe uma – na minha opinião a mais conhecida, mais senso comum, porém a mais difícil – que é a que propõe que o artista encarne o personagem. Ela deu procedimento ao seu discurso, afirmando que ela não gostava muito dessa técnica e que achava que ela era prejudicial ao ator, pelo fato de que este deve se preservar. O nível de encarnação deve ser tamanho que a pessoa do ator se apague, passando de um estado de monopersonalidade para um outro de esquizofrenia, e, logo em seguida, para um estado final – no qual o artista encontra-se pronto para encenar – que é a “plena” dominância do personagem. Também é fácil observar que, um bom modo de avaliar o trabalho de um ator é medindo esse nível de dominância que ele permite ao personagem dentro de si, especificamente nessa técnica. (acho que não preciso dizer que, por melhor que seja o ator, nunca essa dominância da personagem será plena!). Tendo isso em vista, ela afirmou que essa técnica seria prejudicial ao artista, pois ele deve se preservar; por exemplo, em uma cena em que o personagem comete suicídio, o que ocorreria? Estando o ator perdido na personagem, ele cometeria também o suicídio.
Expresso minha indignação. Argumento ABSURDO! É difícil perceber que as coisas não funcionam assim? Por que, na minha opinião, essa técnica é uma das melhores, mesmo sendo a que exija trabalho mais árduo. E outra, cabe ao ator a combinação dessas técnicas, cabe a ele ter a sutileza de perceber quando é adequado usar essa ou aquela técnica, sabendo contrabalancear e equilibrar o plano de atuação. Além de que, como já disse, nunca (nuca diga nunca!) o personagem conseguirá adormecer toda a personalidade da pessoa, o que impede que ela faça algo desse tipo, que agrida fortemente ela mesma.
Enfim, quero estudar mais sobre o assunto.

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