domingo, 20 de maio de 2007

Esse não é um título metalingüístico e nem contraditório!

Rodopiou como uma garça podre, e volta no vestido verde de lama. Eu não quero mais isso, eu não quero mais isso. Eu sou um preguiçoso! Um preguiçoso e eu mereço morrer! Olha lá novamente o drama exacerbado! Você não consegue ficar sem ele, não é? Estou cansada de repetir isso constantemente, essa questão do sui dramatis. E, me largue! Saia! Inovações mais uma vez trilhando o seu caminho velho! A mesma coisa, me fazendo dizer o mesmo sempre! Porra. Estilhaços de sangue na parede.

sábado, 19 de maio de 2007

O Conflito

Por que é que precisamos sempre do Conflito?

Que limitação estranha é essa que nos prende junto à essa necessidade injustificável de encontrarmos um conflito? Eu costumo sempre dizer que acho a vida desinteressante por demais - não, eu acho as vidas interessantíssimas, são as maiores formas artísticas - mas, sabe, eu acho que do jeito que eu gosto de dominar e construir e destruir e compor e estruturar e dar cor e plantar - e tudo isso que deriva do criar em si - as coisas, a vida ficaria mais interessante, bem mais interessante. E é por isso que os conflitos me atraem. É, na verdade, a primeira frase desse texto é para mim mesmo, talvez somente para mim. Mentira, duvido que seja somente para mim. O fato é que a idéia do conflito me atrai, por demais.
Mas, entende?, por que é necessário um conflito para que algum elemento ganhe destaque? Por que é necessária uma provação para que o herói seja mesmo o herói? Essa última frase não expressou muito bem o que eu queria dizer, vou melhorar. Por que não conseguimos ver a beleza com êxtase máximo nos elementos isolados de um conflito, a parte de um enredo? Será que isso é com todos, ou só comigo?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Estudante da UnB tem Bicicleta Roubada no Campus


Correio Brasiliense, 17 de maio de 2007


No último dia 16 de maio, quarta-feira, o estudante Felipe Ricardo Baptista e Silva, aluno do segundo semestre de Relações Internacionais na Universidade de Brasília, teve sua bicicleta roubada na frente do prédio de sua própria faculdade.
O garoto afirma que havia estacionado o veiculo na grade específica para bicicletas, juntamente com outras bicicletas, por volta das nove horas e trinta minutos da manhã de quarta, na frente da entrada lateral da FA, o prédio onde se centraliza o seu curso. Ao fim do dia, ao retornar ao local para retirar-la, deu conta de que ela não estava mais lá.
Poucos minutos antes do fechamento desta edição, o reitor Timothy Mulholland, comovido com o caso do pequeno Pi, afirmou que a Universidade dará um carro ao aluno e custeará a gasolina durante toda a sua vida acadêmica.

terça-feira, 15 de maio de 2007

A Indecisão e as Frustações do dia de hoje me impediram de decidir esse título


Seria algo mais ou menos assim:

Título: Liberdade é irmã gêmea da verdade!
A liberdade é uma impossível e paradoxal tentativa de conciliação que nunca encontrará um fim.
A verdade é uma impossível e paradoxal tentativa de conciliação que nunca encontrará um fim.

Mas a insatisfação e a amargura do dia de hoje me impeliram a dar um tom mais sério e seco ao texto. Ficaria algo assim:

Título: Liberdade (não, não seria esse o título! Não meeesmo!)
A liberdade é uma impossível e paradoxal tentativa de conciliação que nunca encontrará um fim.

Enfim, dizer o que eu pensei em postar é apenas uma forma de fazer isso aqui ficar um pouco mais interessante do que isso encontra-se nesse momento na minha cabeça, por mais que eu dê um valor astronômico a isso tudo.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Análise - Adeus, Lenin!


Este filme mescla perfeitamente bem informações históricas com uma interessante construção cinematográfica. Pretendo abordar, nesta análise, esses dois lados do filme, que se completam belamente.
A “Berlim dividida” e conflituosa dos anos 80 é o pano de fundo para a história. Vemos uma família composta de três membros, Alex – personagem cujo olhar é a base para como o filme será desenvolvido -, sua irmã e sua mãe. Após um acidente, a mãe de Alex entra em coma por oito meses, e, durante esse período, ela perde uma enorme gama de acontecimentos políticos e sociais que se desenrolam com a transição econômica.
O primeiro aspecto histórico que abordarei se refere à velocidade dos acontecimentos que o filme retrata. Em um espaço de tempo menor que um ano, ocorrem mudanças importantíssimas, tanto no espaço nacional alemão quanto no meio internacional, que se resumem basicamente a queda das tentativas socialistas no mundo. Aponto aí uma característica que está intrincada no mundo atual: a veloz pós-modernidade, em que tudo muda rápido; fatos históricos recentes se tornam passado em um piscar de olhos. Para comprovarmos isso, basta analisarmos a magnitude da queda do socialismo no mundo, um processo extremamente complexo que consegue finalizar-se em menos de um ano.
Outro ponto a ser discutido é a forma com que o “pano de fundo histórico” influencia diretamente na vida das pessoas. A família alemã de Alex, assim como os outros personagens do filme, atravessa os acontecimentos da época sentindo na pele suas conseqüências, dificuldades e nuances. Isso pode ser exemplificado por algumas cenas, como por exemplo, à em que Alex corre desesperadamente em um antigo supermercado nacional procurando por produtos que ele facilmente encontraria a alguns meses atrás, mas que agora estão em falta devido à desnacionalização do país; ou então os inúmeros takes que focalizam a rua da casa de Alex mostrando a grande quantidade de mobílias que os moradores abandonaram por inúmeros motivos. Vemos assim que o impacto dessas mudanças não se resume ao panorama político-social, mas se estende ao cotidiano e à ideologia das pessoas.

Grande parte da beleza do filme se encontra na estrutura que ele usa para contar a história. Podemos, através de uma boa análise cinematográfica, destacar quatro “planos” sendo desenvolvidos no filme, ou seja, três “histórias” que estão sendo contadas ao mesmo tempo. A primeira, já destacada, é o contexto histórico, o background. A segunda trata da dinâmica familiar, sob o olhar de Alex. A terceira traz ao espectador uma antiga história dessa mesma família, que se viu dividida junto com Berlim; refiro-me a história do que ocorreu com o pai de Alex, que preferiu ficar na Berlim ocidental, enquanto a mão levou os filhos, ainda pequenos para a porção oriental. A quarta, que acrescenta um tom especial ao filme, é a própria mentira de Alex, o próprio mundo que ele inventa como se tivesse o poder de escolher os rumos da história. Essa é a parte mais importante do filme, pois aqui há um diálogo com o espectador sobre o próprio papel da história, construindo questionamentos acerca de como a história se constrói e qual é o papel das pessoas perante a ela, além de também apresentar o interessante lado criador e sonhador do personagem Alex, que faz da sua própria vontade sua mentira mais bem desenvolvida.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Análise - Perfume: A História de um Assassino


Não acho fácil falar de Perfume. Tom Tykwer é autor de outro filme que gosto muito, o famoso Corra, Lola, Corra. E não sei muito bem como começar essa análise. Vou atirar algo para o alto.
A primeira coisa que me chamou a atenção, e que mais me chamou atenção, foi a iluminação do filme. Que coisa interessante o que ele faz com ela! Parece-me que ele usa além de posicionamentos muito fortes – digo fortes porque deixam em destaque a sua artificialidade e intensidade – tonalidades diferentes das quais haveria em tais ambientes, como por exemplo, a cor amarela direcionada diretamente para o rosto de uma moça em um beco escuro. Achei muito bonito e esteticamente rico esse trabalho.
É um filme com uma fotografia fantástica, diria até que exageradamente bonita. Além disso, os lances de câmera, os enquadramentos e ângulos, estão muito bem trabalhados.
Quando fiquei sabendo que Perfume seria filmado, imediatamente pensei que seria um trabalho difícil, mas que, se bem feito, poderia render um filme nada menos que maravilhoso. O impasse de filmar essa história seria justamente romper com os limites da linguagem cinematográfica. Oras, Perfume fala de essências olfativas, como transmitir essas sensações ao espectador?
E é exatamente aí que eu acho que o filme peca. Ao assistir, vi todo um cuidado para tentar transmitir o que a personagem principal sentia, os odores e cheiros mais diversos, mas que, no entanto, acho que não foi o suficiente. Basicamente, o que se faz é uma associação de imagens, mostrando o objeto cujo cheiro o personagem principal sente. Funciona mais ou menos assim: o personagem sente algo, e logo, há um bloco de imagens no qual o diretor expõe “o odor”. Acho pouco, muito pouco. Falta uma maior diferenciação entre cada cheiro em si, e com elementos muito específicos (algo que faz muita falta) principalmente nas seqüências em que são apresentadas as vítimas do assassino, onde não se percebe visível diferença entre elas(para mim, todas elas tem apenas cheiro de mulher). Falta uma trilha sonora intensa e muito característica que aluda a cada odor em si, as sensações que ele traz. (Além do mais, a trilha do filme é toda muito pobre). Falta um trabalho especifico com o ritmo de câmeras, tentando acompanhar as nuances que tal cheiro tem, ou reações que ele provoca. Falta, falta, falta. Na verdade, isso tudo são valores prescritivos, ou seja, como eu acho que o filme deveria ser construído.
Percebi que o filme entrava em um “patamar superior” com a cena da caverna. O assassino, saindo de Paris, encontra, em campos ermos, uma caverna e percebe que lá não havia nenhum outro cheiro, a não ser o de “rochas mortas”. E é dito que lá ele poderia descansar, pois sua mente poderia se situar em nada além dele mesmo. E, logo, a próxima cena mostrada, é ele, ainda na caverna, com cabelos e barba longos percebendo que havia perdido o seu cheiro, perdido sua própria essência. Bastante epifânico! Mais tarde, ele se dá conta de que ele nunca teve cheiro algum, e isso causa um abalo na sua pessoa, já que, para ele, o ponto mais importante de uma pessoa é o próprio cheiro, pois é com o qual que as outras se lembrarão dela, ele diz que o cheiro é a alma da pessoa. Acho que aqui ele aprofunda o seu sentimento de ser diferente dos demais.
Acho que Perfume se configura muito político. Digo isso me baseando nos últimos quarenta minutos. A cena da “morte” de Jean-Baptiste é um ótimo representante de toda essa politicidade da obra. Podemos, aí, fazer inúmeras interpretações. Poderíamos dizer algo sobre uma essência – e o que viria a ser essa essência? – que tem o poder de dominar pessoas. Poderíamos dizer algo sobre como as pessoas se rendem com imensa facilidade, tendo seus ideais e vontades subjugados, talvez por uma sensação. Poderíamos dizer algo sobre a importância das aparências frente à todos, e também a inescapabilidade à essas aparências, a sina do ser humano.
Também achei interessante o relativismo que o enredo nos traz. Teço aqui perguntas que facilmente podem ser respondidas: O que motivava o assassino? Era amor? E o que trazia tanto repúdio e asco ao povo à imagem do assassino? Tudo isso é quebrado após a seqüência da condenação, da “morte”, a qual representa o ponto de inflexão do filme: o povo se torna súdito de um assassino, que antes condenou à morte, e o assassino se cansa, por perceber que nada mais valia à pena, já que a única coisa que ele não poderia ter e que nunca teve, foi o amor.
A questão política é fechada de maneira belíssima, com a cena-quase-final, que ocorre no local de nascimento do personagem, em que ele despeja todo o perfume em sua cabeça e é devorado pelos habitantes do local, após ser glorificado e adorado pelos mesmos. Ou seja, como não lhe interessava mais a poção do poder que ele havia criado, ele morre com ela, com a corrupção que ela traz.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A Chave e a Coisa


Como assim? Que coisa! Que simbologia ridícula! Estava eu me alimentando de um delicioso pacote de Bono recém comprado, o qual possui 21 cm de altura e 4 de diâmetro, sabor Floresta Negra (o chocolate puro e convencional me enjoa), quando sentei-me no sofá e liguei a porra da televisão. Me deparei com toda a magia dum ser vestido de branco, meio gordo, desajeitado, esquisito e velho: o Papa. Opa!, o papa.
Como eu queria estar em São Paulo na sua recepção! A transmissão televisiva estava divertidíssima, e toda a energia e animação católica me consumia! Não agüentei, me levantei do sofá e me pus a dançar animadamente algumas das músicas que o coral de não sei onde cantava.
Voltando: que simbologia ridícula! Deus do céu! O prefeito de São Paulo, como de costume, ofereceu ao papa A Chave da Cidade. ????????. A chave? Como assim? O que ele quis representar com isso? Absurdo! Por que, assim, pelo que eu sei, por exemplo, uma senhora de 63 anos de idade, quando recebe uma pessoa importante em casa, ela oferece uma xícara de chá, outras pessoas, um cafezinho, eu dou um abraço. Mas uma chave? Uma chave enorme, feita de sei lá qual metal, que nem cabe no bolso do bom velhinho! Teria sido muito mais interessante ele ter ganho um guarda-chuva! Ó, não, um guarda-chuva não. Não se sabe o que essas pessoas podem fazer com objetos longos...
Tá, uma chave. Tudo bem. Vamos lá, o que significa essa chave? Significa que o papa agora comanda a porta de São Paulo? Que ele pode entrar quando quiser? Ele vai ficar com a chave pra sempre? Ele pode levar para casa? E mandar, na surdina da noite, fazer algumas copias e vendê-las ao PCC? Sei lá, nunca se sabe. E outra, deve haver muitas copias dessa chave, porque não é a primeira vez que eles entregam ela a visitantes. Tipo, Stálin poderia ter tido uma chave de São Paulo? “Que tal uma chavinha aí, Hitler?”
E agora, para finalizar com classe, glamour e muito estilo, vou fazer alguns joguinhos de palavras com a palavra Papa (Espera! Palavra vem de lavra, que corresponde a trabalho. Mas o papa não trabalha! Quer dizer que papa não é uma palavra? Qual a natureza do papa?). Então, vou fazer joguinhos! Vamos lá, crianças! (veja a jovem professora do pré, muito feliz e animada na sala de aula).
Papa-pomba-pouco-papa-pomba!-popó-papa-o,papa,pipocou-papa,don’t,preach-papa,papel-papa,puto-papa,papinha,de,neném-papa,bicho,papão-papa,pacato-a,pata,do,papa-o,papa,papou,pouco,comamais!
O papa é pop! Meu deus, Que jogo bom foi esse último! Tenho que fazer uma música com isso! Que tal: “O papa é pop / O hippie é pó-óbre!” Muito bom, muito bom! Não, não, não me aplaudam! Aplaudam Deus (dedos cruzados), pois foi ele quem me inspirou. (Logo, Deus é minha musa??? Que coisa!). Mas o que estou dizendo!, Deus não me inspirou! Deus me CRIOU! ... ... ... E qual foi a inspiração dele? Eu? (logo sou Deus?, defina “logo”?). Logo sou a musa de Deus? Meu deus!, eu sou Maria! Ó! E, eu sempre querendo aplicar o complexo de Édipo nas coisas, me, desculpe, me, desculpe, pela, falta, de, tomate!

“Não se esqueça que: nem tudo que eu falo aqui, corresponde à minha opinião; nem tudo que eu digo aqui, corresponde ao que eu penso; nem tudo que é aqui é verdade. Até mesmo essa afirmação. Ou não, talvez eu tenho escrito isso aqui com o puro intuito de me esquivar de críticas alheias ou atritos com leitores.”

A Joca


Ah, como a querida é uma pessoa querida. E foda, demasiado.
Ela disse:

"hoje eu estava fazendo prova e tive um insight.eu gosto de filme plástico,betolucci,almodovar.mas saquei que eu tenho uma meso-visao critica.saquei a sagacidade de Godard em Nostra Musica.imagina colocar guardas do paraiso, como guardas norte-americanos.não gostava pq talvez não intendia com meu tbm meso-prestar atençao.tudo isso deve ser obvio pra vc(não só que me faltava questao critica,mas como a propia visao critica que vc tem para filmes).mas pra mim foi uma puta descoberta meio logica do tipo:"nossa procurei meu oculos a casa inteira e ele estava na minha cara".estou escitada e triste.como melhorar meu senso critico?eis a questao...
***seria essa a reproduçao do texto que esta no orkut do beto ou o original?ambos são meus criticos prediletos ;}
bjoss doces"

terça-feira, 8 de maio de 2007

Teorizações


Ontem estava me perguntando por que motivo me atraio tanto por teorizações. Me atraio por elas, gosto de compreender as coisas, sei lá, ver as coisas que em mim são desorganizadas organizadas, por mais que eu goste da desorganização. A resposta é que eu não sei o motivo. Levantei hipóteses. Consegui estruturar algumas: a prática, a discussão e o discurso.
Quanto à prática, refuto totalmente. Não me sinto interessado por teorias tendo em vista assumir tal posicionamento no mundo ou adquirir tal ideologia. Exemplo disso, gosto de ambos os lados, aprecio autores que são o oposto um do outro, o que seria impossível se meu foco ao ler Teoria fosse a busca por uma posição embasada.
A discussão já me parece bem fundada. Trabalhar com Teoria e se envolver com elas, tem sim em mim um fundo de possibilitar discussões e, inclusive – o que é o mais importante – tem embasamento no nível de argumentos e contrapontos. Por mais que esse, sinto eu, não seja o único motivo nisso tudo.
A hipótese final, que tem se firmado bastante lógica hoje em dia, é que as teorias pelas qual me envolvo servem como o pano para meu entendimento do discurso. Ou seja, para a análise do que é dito. Para a análise do que é dito, da forma como os argumentos se estruturam, se se fazem válidos ou não, quanto às incoerências, e inclusive contrapontos. Acho importante dizer que a análise do discurso não é a ferramenta usada para criticar, sei lá, politicamente as idéias de Maquiavel, mas sim a ferramenta utilizada para perceber as nuances, inclusive retóricas e estruturais do que é afirmado. Logo, a análise do discurso é desprovida de ideologia. Mas isso não é novidade.

sábado, 5 de maio de 2007

A Interpretação


Muito se discorre sobre as técnicas de interpretação. Um amigo meu me contando sobre uma conversa dele acerca desse assunto com uma estudante de teatro me transmitiu a opinião da moça. Ela disse que, dentre as inúmeras técnicas que são propostas aos atores para interpretarem, existe uma – na minha opinião a mais conhecida, mais senso comum, porém a mais difícil – que é a que propõe que o artista encarne o personagem. Ela deu procedimento ao seu discurso, afirmando que ela não gostava muito dessa técnica e que achava que ela era prejudicial ao ator, pelo fato de que este deve se preservar. O nível de encarnação deve ser tamanho que a pessoa do ator se apague, passando de um estado de monopersonalidade para um outro de esquizofrenia, e, logo em seguida, para um estado final – no qual o artista encontra-se pronto para encenar – que é a “plena” dominância do personagem. Também é fácil observar que, um bom modo de avaliar o trabalho de um ator é medindo esse nível de dominância que ele permite ao personagem dentro de si, especificamente nessa técnica. (acho que não preciso dizer que, por melhor que seja o ator, nunca essa dominância da personagem será plena!). Tendo isso em vista, ela afirmou que essa técnica seria prejudicial ao artista, pois ele deve se preservar; por exemplo, em uma cena em que o personagem comete suicídio, o que ocorreria? Estando o ator perdido na personagem, ele cometeria também o suicídio.
Expresso minha indignação. Argumento ABSURDO! É difícil perceber que as coisas não funcionam assim? Por que, na minha opinião, essa técnica é uma das melhores, mesmo sendo a que exija trabalho mais árduo. E outra, cabe ao ator a combinação dessas técnicas, cabe a ele ter a sutileza de perceber quando é adequado usar essa ou aquela técnica, sabendo contrabalancear e equilibrar o plano de atuação. Além de que, como já disse, nunca (nuca diga nunca!) o personagem conseguirá adormecer toda a personalidade da pessoa, o que impede que ela faça algo desse tipo, que agrida fortemente ela mesma.
Enfim, quero estudar mais sobre o assunto.